Presidente afastado do Patriota, Adilson Barroso disse que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não irá mais se filiar à legenda para tentar a reeleição em 2022, e ressaltou que o chefe do Executivo Federal já está em negociação com outras siglas.
Em entrevista, Barroso, que foi retirado do comando do Patriota por 90 dias, após reações de dirigentes da sigla contrários a mudanças internas para o ingresso de Bolsonaro, contou que “está ficando tarde” para que ocorra a filiação do mandatário, e que o vice-presidente da legenda, Ovasco Resende, que está interinamente na presidência, também é um empecilho para que isso ocorra.
“Na mão de quem o partido está [hoje], ele [Bolsonaro] não vai [para o Patriota] e, do jeito que está andando na justiça, não vai dar tempo de reverter. Para trazer o presidente para o partido, está ficando tarde. Ele já está trabalhando e negociando com outros partidos. Não conto mais com isso”, afirmou.
Jair Bolsonaro está sem partido desde que deixou o PSL em 2019. O presidente e seus aliados tentaram criar uma nova legenda, o Aliança pelo Brasil, mas não obtiveram sucesso. Conforme o cronograma do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) o prazo para filiação a tempo das próximas eleições vai até abril de 2022.
Bolsonaro comparou filiação a casamento
Em junho, o presidente Jair Bolsonaro comparou sua ida para o Patriotas a um casamento, e deu sua filiação à sigla como “quase certa”, mas isso acabou não acontecendo. “Está quase certo. Estamos negociando. É como um casamento, né? Programado, planejado, para não dar problema, né?”, disse o político, ao responder o questionamento de um apoiador se “todo mundo agora é Patriota”.
No final de maio, o senador Flávio Bolsonaro deixou o Republicanos e migrou para o Patriota. Na ocasião, o filho do presidente disse estar “orgulhoso” de se filiar ao partido.