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Mato Grosso do Sul, 6 de outubro de 2024
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Crise no setor lácteo brasileiro; Associação faz apelo por medidas urgentes

O consumidor e o governo brasileiro ficarão vulneráveis ao mercado internacional, gerando gastos adicionais com importações que poderiam ser evitados se a produção nacional fosse fortalecida

A Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul, uma entidade que reúne 40 laticínios e 43 associados parceiros, sendo responsável por cerca de 7 mil famílias produtoras de leite na região, enfrenta um período crítico na cadeia láctea. Desde o segundo semestre do ano passado, a situação piorou drasticamente, devido ao aumento significativo das importações de produtos lácteos.

De acordo com a nota oficial divulgada pela Associação, o apelo é para todos os envolvidos para que tomem medidas urgentes para preservar a indústria láctea nacional. A situação atual não é sustentável, e a ação conjunta é a única maneira de garantir um futuro próspero para produtores, indústrias e consumidores brasileiros. A APIL permanece comprometida com essa causa e continuará a lutar por uma cadeia láctea mais forte e resiliente no Brasil.

A crise atual no setor lácteo é sem precedentes. Mesmo após 22 anos de existência, a APIL nunca havia testemunhado uma situação de tamanha insegurança e com uma duração tão longa. Isso está afetando consideravelmente as pequenas e médias indústrias lácteas no estado.

As importações massivas de produtos lácteos, sobretudo do Mercosul, estão exacerbando a situação. Isso forçou as empresas a reduzir os preços da matéria-prima, causando dificuldades também para os produtores de leite. Em resposta, os produtores organizaram protestos nas fronteiras em várias ocasiões para tentar conter o fluxo de importações.

Além disso, a Argentina e o Uruguai têm implementado programas de estímulo e benefícios aos seus produtores locais, reduzindo os custos de produção e conferindo vantagens competitivas em detrimento da produção brasileira. O governo brasileiro alega não poder interferir devido a tratados do Mercosul, enquanto a Argentina oferece bonificações e isenções fiscais e o Uruguai refinancia dívidas de produtores e indústrias.

Essa situação está levando produtores a abandonar a atividade leiteira e indústrias a fechar as portas. O que pode parecer benéfico para o consumidor é, na verdade, uma ilusão, pois, a longo prazo, uma cadeia láctea desestruturada e produtores enfraquecidos resultará em preços mais altos para os produtos lácteos. O consumidor e o governo brasileiro ficarão vulneráveis ao mercado internacional, gerando gastos adicionais com importações que poderiam ser evitados se a produção nacional fosse fortalecida.

Diante dessa crise, é imperativo que todos os participantes da cadeia láctea se unam para criar uma nova política de produção leiteira nacional, mais competitiva e rentável. Além disso, é crucial que o governo tome medidas para conter as importações e desenvolva programas de Estado para proteger produtores e pequenas indústrias. A maioria dos países considera a produção de leite uma questão de segurança pública e age em conformidade.

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