Mato Grosso do Sul, 18 de fevereiro de 2025
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EXCLUSIVO: A Escalada da Violência nas Moreninhas: Um Retrato de Medo e Insegurança; Vejam vídeos

A crise na segurança pública das Moreninhas expõe não apenas os desafios enfrentados pela comunidade, mas também a necessidade de uma abordagem integrada, que vá além da repressão e ataque as causas estruturais da violência
‘Eu Amo as Moreninhas’  - Imagem - Alicce Rodrigues
‘Eu Amo as Moreninhas’ - Imagem - Alicce Rodrigues

Nos últimos anos, a região das Moreninhas, em Campo Grande, tem enfrentado um crescimento alarmante da violência. Crimes como roubos, assaltos, brigas de facções e o aumento no consumo e distribuição de drogas têm transformado o cotidiano dos moradores e comerciantes, trazendo medo e insegurança para a comunidade.

Os relatos de moradores reforçam a gravidade da situação. “A nossa rotina mudou. Não deixo mais meus filhos brincarem na rua, e o portão de casa vive trancado. Isso não é vida”, lamenta Sandra Almeida, que mora na região há 15 anos. Para Carlos Nogueira, que trabalha como motorista de aplicativo, as noites se tornaram ainda mais perigosas. “Fico com receio de aceitar corridas aqui nas Moreninhas. Já tive amigos assaltados, e a sensação de insegurança é muito grande.”

Os comerciantes também vivem sob constante tensão. “Meu estabelecimento já foi alvo de furtos três vezes. Invisto em câmeras e alarmes, mas nada disso impede os crimes. A gente se sente abandonado pelas autoridades”, relata Antônio Ferreira, dono de um pequeno mercado. Já Fernanda Dias, que gerencia uma farmácia, diz que o medo afasta os clientes: “Muitos evitam sair de casa depois que anoitece. Isso afeta diretamente nosso movimento e o faturamento.”

O aumento das brigas entre facções ligadas ao tráfico de drogas tem deixado os moradores ainda mais apreensivos. “Parece que a gente vive em uma zona de guerra. Toda semana tem notícia de tiroteio ou morte aqui perto. É assustador”, comenta Luana Costa, jovem estudante que sonha em deixar a região.

Foto: Osmar Daniel

O Papel das Autoridades

Representantes da segurança pública estadual e municipal têm reconhecido o aumento da criminalidade na região, mas afirmam que medidas estão sendo tomadas para conter a situação. O comandante da Guarda Municipal de Campo Grande, Marcos Oliveira, informou que ações de patrulhamento ostensivo foram intensificadas: “Estamos trabalhando em conjunto com a Polícia Militar para aumentar a presença nas ruas e inibir a ação de criminosos.”

A Secretaria de Segurança Pública do Estado destacou que operações específicas contra o tráfico de drogas têm sido realizadas nas Moreninhas, mas reconhece os desafios. “O problema é complexo, pois envolve questões sociais profundas. Além da repressão, precisamos atacar as causas do crime, como o desemprego e a falta de oportunidades para os jovens”, afirmou o secretário adjunto Paulo Mendes.

O delegado responsável pela 4ª Delegacia de Polícia, localizada na região, enfatizou que o trabalho de investigação tem sido intensificado. “Estamos focados em desarticular as facções criminosas e avançamos em várias prisões recentes. No entanto, é evidente que precisamos de mais recursos e efetivo para atender à alta demanda”, disse.

Ladrão atacando comerciante após furto em loja de doces

A Perspectiva do Conselho Regional de Segurança Pública

O Conselho Regional de Segurança Pública da região das Moreninhas também se posicionou sobre a crise. Em nota, o presidente do conselho destacou a importância de um trabalho integrado entre autoridades e comunidade. “A segurança pública não é responsabilidade apenas das forças policiais. Precisamos de políticas públicas que promovam a inclusão social e projetos que engajem os moradores, especialmente os jovens, em atividades produtivas e de lazer”, afirmou.

O conselho também sugeriu a criação de um plano de segurança comunitária, com maior presença de rondas policiais, iluminação pública de qualidade e uma linha direta de comunicação entre a comunidade e os órgãos de segurança. “A população precisa se sentir ouvida, e as autoridades devem estar presentes, não apenas em momentos de crise, mas continuamente”, concluiu Roberto.

Vídeo mostra correria e sequência de 24 tiros durante execução nas Moreninhas

O Clamor por Soluções

Enquanto as ações das autoridades buscam conter a violência, os moradores clamam por mudanças urgentes. A falta de áreas de lazer, projetos sociais e oportunidades de emprego são apontadas como fatores que contribuem para o envolvimento de jovens no crime.

“Não adianta só prender ou aumentar o policiamento. O que queremos é uma transformação social. As crianças precisam de educação e os jovens precisam de esperança”, sugere Fabiana Lopes, mãe de dois adolescentes.

A crise na segurança pública das Moreninhas expõe não apenas os desafios enfrentados pela comunidade, mas também a necessidade de uma abordagem integrada, que vá além da repressão e ataque as causas estruturais da violência. Enquanto isso, o medo continua sendo a realidade de quem vive e trabalha na região.

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