Campo Grande, a capital do Mato Grosso do Sul, será o cenário da 15ª Reunião da Conferência das Partes (COP15) da Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS). O evento, que ocorrerá de 23 a 29 de março de 2026, reunirá representantes de governos, cientistas, povos indígenas, comunidades tradicionais e a sociedade civil de todo o mundo, com o objetivo de enfrentar os desafios críticos de conservação que afetam as milhares de espécies de animais migratórios.
A escolha de Campo Grande como sede da COP15 não é apenas estratégica por seu local, mas também por ser o lar do bioma Pantanal, uma das maiores e mais biodiversas áreas úmidas do mundo. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância do Pantanal como cenário para este evento, que visa discutir a preservação da fauna migratória e o desenvolvimento sustentável. “O Pantanal será o local perfeito para esse diálogo internacional sobre conservação e sustentabilidade”, afirmou Marina Silva.
A decisão de realizar a COP15 no Brasil reforça o compromisso do país com a agenda ambiental internacional, destacando a importância do multilateralismo para o enfrentamento das questões ambientais globais. “Neste momento de instabilidade no multilateralismo, é fundamental que o Brasil continue a se engajar e promova um futuro sustentável e inclusivo”, completou a ministra.
O que são as espécies migratórias e qual sua importância
Espécies migratórias são aquelas que realizam migrações periódicas entre diferentes habitats para reprodução, alimentação ou para escapar de condições climáticas adversas. Esses animais podem percorrer grandes distâncias, atravessando oceanos, continentes e até mesmo ecossistemas inteiros. Entre as espécies migratórias, estão antílopes, baleias, elefantes, morcegos, aves e até insetos como as borboletas.
Essas espécies desempenham papéis essenciais na manutenção da biodiversidade e do equilíbrio ecológico, pois estão diretamente ligadas aos processos de polinização, dispersão de sementes, controle de pragas e ciclagem de nutrientes. Elas também são indicadoras da saúde ambiental dos ecossistemas pelos quais transitam. Além disso, têm grande importância econômica para as comunidades que dependem do ecoturismo e da produção agrícola, e suas trajetórias de migração também ajudam a conectar diferentes regiões e países.
Infelizmente, essas espécies enfrentam pressões severas devido à ação humana, como destruição de habitats, caça ilegal e mudanças climáticas. Por isso, a COP15 será crucial para a criação de estratégias globais para sua proteção e a preservação de seus habitats naturais.

Os benefícios de sediar a COP15 para Campo Grande e o legado para o estado de Mato Grosso do Sul
Sediar um evento de tamanha magnitude, como a COP15, trará benefícios significativos não apenas para Campo Grande, mas para todo o estado de Mato Grosso do Sul. O evento colocará o estado no centro das discussões globais sobre conservação e meio ambiente, aumentando sua visibilidade internacional. Isso trará não só o reconhecimento pela rica biodiversidade da região, mas também uma chance de promover políticas ambientais locais mais eficazes e inovadoras.
Campo Grande, com sua infraestrutura de acolhimento e proximidade com o Pantanal, um dos maiores e mais importantes biomas do planeta, será um polo de discussão e ação ambiental. O legado que a conferência deixará para o estado será imenso, com investimentos em sustentabilidade e turismo ecológico, além de possibilitar o fortalecimento da economia local por meio da visita de milhares de pessoas de diferentes países, incluindo cientistas, ativistas, líderes políticos e jornalistas.
Além disso, o evento proporcionará à cidade e ao estado uma oportunidade de capacitação em temas de conservação e gestão ambiental. O Pantanal, que já é um importante destino turístico, se beneficiará de uma maior divulgação mundial, o que poderá atrair mais visitantes e investimentos voltados para o ecoturismo sustentável, além de gerar novas oportunidades para as comunidades tradicionais e povos indígenas que habitam a região.
A Importância das Espécies Migratórias para o Equilíbrio Global
Espécies migratórias desempenham papéis vitais no equilíbrio ecológico, atravessando continentes e oceanos para cumprir ciclos naturais de reprodução e alimentação. De antílopes a peixes, baleias a elefantes, morcegos a pássaros e até borboletas, essas espécies são fundamentais para a manutenção da biodiversidade e a saúde ambiental. Elas ajudam a polinizar plantas, dispersar sementes, controlar pragas e doenças, além de promover a ciclagem de nutrientes essenciais para o funcionamento dos ecossistemas.
A secretária executiva da CMS, Amy Fraenkel, ressaltou a importância da COP15 como uma oportunidade única para fortalecer a cooperação internacional e adotar medidas que assegurem o futuro dessas espécies e seus habitats. “Os animais migratórios conectam o planeta de maneira única, e a COP15 será um momento crucial para garantir que esses ecossistemas vitais sejam preservados”, afirmou Amy.

Desafios e Ameaças às Espécies Migratórias
Apesar de seu papel essencial, as espécies migratórias estão enfrentando pressões sem precedentes devido à ação humana. A superexploração dos recursos naturais, a perda de habitats e as mudanças climáticas são algumas das principais ameaças que colocam essas espécies em risco de extinção. O relatório “O Estado das Espécies Migratórias do Mundo”, lançado durante a COP14 da CMS em 2024, revelou que a situação dessas espécies é crítica e exige esforços urgentes para sua conservação.
Além disso, a introdução de espécies exóticas invasoras e a poluição são fatores que agravam ainda mais o cenário. Por isso, a COP15 será um momento essencial para discutir e implementar soluções para esses problemas globais.
A Convenção e o Papel da COP
A CMS, que entrou em vigor em 1979, é um tratado internacional que visa a conservação e o uso sustentável das espécies migratórias e seus habitats. A convenção reúne 133 países ao redor do mundo, incluindo nações da África, América Latina, Ásia, Europa e Oceania. A COP é o órgão decisório da convenção e se reúne a cada três anos para discutir as prioridades e estratégias para a conservação das espécies migratórias.
A última COP, a COP14, foi realizada em Samarcanda, Uzbequistão, e a COP15 em Campo Grande será uma oportunidade de destacar a urgência da proteção dessas espécies e promover um diálogo entre os países para o desenvolvimento de soluções eficazes para sua preservação.
A Missão do Brasil na COP15
Sediar a COP15 em Mato Grosso do Sul é um passo significativo para o Brasil, não apenas pelo valor simbólico, mas pela oportunidade de promover a importância da conservação da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável. A conferência servirá como uma plataforma para fortalecer as políticas ambientais e buscar uma ação conjunta entre os países para preservar as espécies migratórias.
O evento também será uma chance de engajar a população local e as comunidades indígenas que desempenham um papel fundamental na preservação do meio ambiente. O Brasil, com seu vasto patrimônio natural, se compromete a continuar sendo uma liderança mundial no combate à perda da biodiversidade e ao fortalecimento das políticas de conservação global.
#COP15 #ProteçãoDaBiodiversidade #EspéciesMigratórias #Pantanal #ConservaçãoAmbiental #Sustentabilidade #MeioAmbiente #AçãoGlobal #DesenvolvimentoSustentável #Multilateralismo #PreservaçãoDaFauna #BrasilNaCOP15 #CampoGrande #MS