O que parecia uma clínica de estética escondida nos fundos de alguns comércios da Vila Piratininga, em Campo Grande, era na verdade um ponto clandestino onde uma esteticista sem formação adequada aplicava produtos perigosos em pacientes. A farsa chegou ao fim na tarde desta segunda-feira, quando a mulher foi flagrada em pleno atendimento e levada presa pela equipe da DECON, a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo.
A prisão da falsa biomédica não foi por acaso. Ela já era alvo de investigação há algum tempo, e vinha fugindo da polícia trocando constantemente de endereço. Segundo o delegado Reginaldo Salomão, titular da DECON, a mulher é formada apenas em estética e não tinha nenhuma autorização para aplicar substâncias como o ácido hialurônico, que exige formação específica em Biomedicina, Farmácia ou Medicina, além de registro profissional.
Mesmo sabendo que era investigada, a mulher seguiu com os atendimentos. Só foi localizada graças à ajuda de uma das vítimas, que colaborou com os policiais e indicou o novo endereço onde a falsa profissional continuava os procedimentos. No local, os agentes encontraram frascos de ácido hialurônico – alguns já abertos –, seringas usadas descartadas no lixo comum, um caderno com anotações de clientes e notas fiscais dos materiais comprados.
A situação da clínica era crítica. Produtos que deveriam estar em refrigeradores estavam guardados em temperatura ambiente, colocando em risco a saúde dos pacientes. E as agulhas utilizadas eram descartadas de forma irregular, misturadas com o lixo doméstico, aumentando ainda mais o risco de contaminação.
O mais alarmante foi a quantidade de procedimentos que possivelmente já tinham sido realizados. Pelos frascos encontrados, estima-se que mais de 30 pessoas passaram por atendimentos na clínica clandestina. E o mais grave: tudo por um preço extremamente baixo. Enquanto o valor de um procedimento com ácido hialurônico pode variar entre R$ 3.500 a R$ 5.000 em locais autorizados, ela cobrava apenas R$ 500. Segundo o delegado, esse valor sugere o uso de produto adulterado ou diluído além do permitido, o que pode gerar graves lesões.
Durante a prisão, a mulher estava aplicando o produto em uma cliente, enquanto outra pessoa aguardava na sala ao lado, já com o pagamento efetuado. Agora, ela vai responder por exercício ilegal da medicina, por induzir o consumidor ao erro e por expor a saúde das pessoas a perigo iminente.
A DECON alerta que qualquer procedimento estético invasivo deve ser realizado por profissionais habilitados, com registro em conselho competente, e em locais que sigam rigorosamente as normas sanitárias. Os pacientes que desconfiarem de ofertas com preços muito abaixo do mercado devem denunciar. A vaidade não pode custar a saúde.
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