Mato Grosso do Sul, 17 de março de 2025
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Governo avalia isentar importação de Óleo de Soja e aumentar cota de Trigo para conter inflação de alimentos

Agronegócio Para Reduzir Pressão nos Preços de Alimentos no Brasil
Imagem - Divulgação
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Em um dia de intensas reuniões na última quinta-feira (27), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se reuniu com representantes de diversos setores produtivos do Brasil, buscando soluções para a crescente inflação dos alimentos que afeta diretamente o bolso do brasileiro. A proposta central do governo é buscar um equilíbrio entre a oferta de produtos essenciais e a pressão sobre os preços, especialmente os alimentos que têm subido drasticamente, como o óleo de soja.

O cenário atual, com aumentos expressivos no preço dos alimentos, levou o setor produtivo a apresentar algumas sugestões ao governo. Entre as propostas discutidas, destaca-se a ideia de isentar temporariamente a importação de óleo de soja, tanto o bruto quanto o refinado, uma medida que visa reduzir os preços no mercado interno. A sugestão foi trazida pelas usinas produtoras de óleos vegetais, que pedem uma desoneração por um período curto, mas sem um prazo definido. Essa proposta surge após uma alta de quase 30% no preço do óleo de soja em 2024, com impacto direto na inflação.

Além do óleo de soja, outros setores, como o da carne bovina, também participaram das discussões, buscando maneiras de aumentar a oferta interna e reduzir os preços. O compromisso do setor é aumentar a oferta de carne, com a expectativa de que, nas próximas semanas, os preços nos supermercados passem a refletir a queda nas cotações da carne observadas no campo e nos frigoríficos. A avaliação do setor é que o varejo ainda não repassou a redução dos preços ao consumidor, apesar de uma queda de quase 15% nos preços da carne desde o início deste ano.

Os frigoríficos, que exportam cerca de 32% da produção de carne bovina, também discutiram a importância de desvincular as exportações da inflação interna. Para o setor, os embarques internacionais equilibram as margens e permitem a manutenção dos preços no mercado interno. “Vamos trabalhar para aumentar a oferta de carne no Brasil e equilibrar ainda mais os preços,” disse uma fonte próxima às discussões.

O setor de carnes de aves e suínos também fez propostas voltadas para o aumento da produtividade nas granjas, além de sugerir ajustes normativos, como a redução do alto índice de “condenação” de frangos, que prejudica a produção de carne no país. Esse aumento na produtividade ajudaria a ampliar a oferta de carne de frango no mercado interno e reduziria a pressão sobre os preços.

O único setor que não apresentou propostas concretas foi o de ovos. Os produtores afirmaram que o aumento nos preços não é causado pelas exportações, já que menos de 1% da produção nacional de ovos é destinada ao mercado externo. Por outro lado, o setor de etanol e açúcar também foi ouvido, mas sem propostas significativas para combater a inflação dos alimentos. Contudo, discussões sobre a redução da tarifa de importação do etanol de milho, especialmente com a pressão dos Estados Unidos, estão em andamento.

Além disso, outra medida que está sendo considerada pelo governo é a ampliação da cota de importação de trigo, já que o Brasil não é autossuficiente na produção deste grão. Atualmente, o país possui uma cota de 750 mil toneladas anuais de trigo com tarifa zero para países fora do Mercosul. O governo analisa a possibilidade de aumentar essa cota, mas fontes negam que haja discussões sobre a retirada da tarifa de importação.

As reuniões de quinta-feira também foram uma oportunidade para medir a disposição dos setores produtivos em ajudar o governo a reduzir a inflação dos alimentos. O ministro Fávaro pediu que os setores do agronegócio demonstrassem boa vontade e colaborassem com as medidas necessárias para conter a alta dos preços. Uma fonte próxima ao governo afirmou que o momento é delicado para a administração de Luiz Inácio Lula da Silva e que o governo está disposto a buscar soluções, mas sem recorrer a medidas drásticas como a taxação das exportações.

Em um tom de cobrança, fontes no Palácio do Planalto disseram que é hora de o agronegócio “retribuir” os subsídios e as oportunidades comerciais que o setor recebeu nos últimos anos, especialmente com as aberturas de mercados internacionais durante o governo Lula. Embora a taxação das exportações tenha sido discutida, fontes próximas ao presidente afirmam que essa ideia não está em seus planos “por enquanto”.

As discussões sobre como aliviar a inflação dos alimentos ainda estão em andamento, mas as reuniões dessa quinta-feira marcaram um passo importante para encontrar soluções práticas que tragam alívio para os consumidores brasileiros.

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