Marcelo Cabral, de 47 anos, foi barrado cinco vezes após tentativas frustradas de passar pela porta giratória com detectores de metal em uma agência da Caixa Econômica Federal do bairro Jucutuquara, em Vitória. Apesar de avisar várias vezes sobre ter feito cirurgia para implante de uma prótese de metal no quadril, o acesso só foi possível depois que ele abaixou as calças publicamente para mostrar a cicatriz da intervenção.
“Quando chegou minha vez de passar pela porta giratória eu me dirigi até a segurança que faz o controle de acesso e disse que eu era portador de prótese. Falei ‘tenho uma prótese no quadril, já fui em outros bancos e a porta sempre travava'”,explicou Marcelo.
O cliente disse que precisava ter acesso à área interna para resolver um problema em sua conta, contudo, percebeu que o tratamento recebido em outros bancos, até então, havia sido diferente.
“Não levantaram nenhuma suspeita de que eu seria um perigo para os bancos e os clientes”, declara.
Em uma publicação no seu perfil do Facebook, ele disse que não sabe se foi vítima de racismo ou outro crime, mas agora ele está recebendo orientação do movimento negro em Vitória e apoio psicológico.
“Nunca tinha passado por uma situação tão constrangedora como foi essa, não só de ter que abaixar a calça para mostrar a cicatriz, mas também […] entender que foi por conta da minha cor que eu apresentava um risco para a agência”, falou o autônomo.
O episódio ocorreu na manhã de sexta-feira (10), quando Marcelo foi à agência com a esposa. Toda situação teria durado em torno de seis minutos. Ele afirma que está com a prótese há dois anos e que esta foi a primeira vez que precisou passar por uma situação de constrangimento do tipo.