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Mato Grosso do Sul, 18 de abril de 2024
Campo Grande/MS
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Indígenas colaboram com origens da agricultura brasileira

Neste dia 19 de abril é celebrado o Dia do Índio. A data foi criada pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto-lei 5 540 de 1943 e é resultado de uma proposta de 1940, pelas lideranças indígenas do continente que participaram do Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México.

Segundo estimativa IBGE o Brasil conta com 7.103 localidades indígenas em seu território. O mesmo levantamento aponta que as localidades indígenas estão distribuídas em 827 municípios  e desse total, 632 são terras oficialmente delimitadas. Há ainda 5.494 agrupamentos indígenas, 4.648 dentro de terras indígenas e 846 fora desses territórios. As demais 977 são denominadas outras localidades indígenas, aquelas onde há presença desses povos, mas a uma distância mínima de 50 metros entre os domicílios.

A região Norte concentra a maioria das localidades indígenas: 4.504, 63,4% do total. Depois vêm as regiões Nordeste (1.211), Centro-Oeste (713), Sudeste (374)e e Sul (301). Apenas o Amazonas tem 2.602 localidades indígenas. Dos 10 municípios com maior concentração, sete estão nesse estado. A cidade de São Gabriel da Cachoeira tem 429.

Os povos indígenas trazem a vocação agrícola no sangue. A mandioca, por exemplo, vem desta tradição, sendo uma das bases da alimentação. Pela tradição as mulheres descascam e lavam as raízes da mandioca para os homens ralarem e fazerem a farinha.  Segundo o sociólogo paulista Carlos Alberto Dória índios que povoavam as regiões Sul e Sudeste cultivavam alimentos como o milho, a abóbora e diversos tipos de feijão que se tornaram a base da culinária de muitas cidade interioranas.

Hoje muitas comunidades se dedicam a agricultura familiar com atividades de lavoura e pecuária. No Mato Grosso um projeto apoia o cultivo de  mil hectares de arroz por comunidades Xavante, disponibilizando ferramentas e maquinários utilizados no plantio e colheita de alimentos e capacitando os indígenas na produção. No Rio Grande do Sul o Projeto Semeando nas Aldeias vai distribuir sementes de hortaliças, beneficiando 5.260 famílias indígenas das etnias Charrua (17), Guarani (921) e Kaingang (4.322), que vivem em 150 aldeias, localizadas em 67 municípios do Estado, algumas famílias também receberão sementes de milho e de feijão. Diversos projetos também apoiam a produção indígena na Amazônia em iniciativas de fruticultura e extrativismo.

O povo Paresi se dedica ao cultivo de soja preta no Mato Grosso, projeto experimental da Embrapa. Já os indígenas Haliti, Nambikwara e Manoki (Copihanama) mantém suas comunidades com o plantio de soja. De acordo com o presidente da Copihanama, Ronaldo Zokezomaiake, a cultura mecanizada melhorou a qualidade de vida para o seu povo. “Conseguiu dar condições para os jovens se formarem em cursos técnicos e de nível superior em diversas áreas do conhecimento e permanecerem morando nas aldeias”, salientou.

O uso de práticas simples e de fácil adoção, como o espaçamento adequado entre plantas, aliado ao conhecimento tradicional indígena, potencializou o desempenho produtivo das culturas agrícolas e das espécies frutíferas.

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