A presença feminina tem ganhado cada vez mais força na indústria de celulose em Mato Grosso do Sul. Com os grandes investimentos no setor, empresas de renome mundial têm promovido programas e políticas de inclusão para incentivar a participação das mulheres. A ascensão profissional dessas trabalhadoras está se tornando uma realidade, abrindo portas para um futuro mais igualitário dentro da indústria.
Superação E Crescimento Profissional
Mineira de Governador Valadares, Paloma Vigiane iniciou sua trajetória no setor industrial aos 17 anos. Sempre determinada, insistiu cinco vezes até conquistar uma vaga no Grupo Suzano, uma das maiores empresas do ramo de celulose. Quando a empresa anunciou a construção de uma nova fábrica em Ribas do Rio Pardo, Paloma aceitou o desafio e acompanhou todo o processo, desde o terreno vazio até a inauguração da unidade.
“Fui encaminhada para Ribas em 2021, ainda nem tinham começado as obras. Gostei da cidade, porque era um lugar tranquilo, bem organizado e do interior, assim como minha cidade natal. Me adaptei rapidamente e abracei essa oportunidade”, conta Paloma.
Ela iniciou como “planejadora 2” de nível médio, mas logo se destacou pela dedicação. “Acompanhei todo o processo de construção da fábrica. Com muito trabalho e dedicação, consegui crescer dentro da empresa, fruto das oportunidades que tive. Hoje sou engenheira de produção sênior”, comemora.
Para Paloma, o reconhecimento e respeito dos colegas foram fundamentais. “Sabemos que para a mulher chegar a um cargo de gestão é um caminho mais difícil. Mas com esforço e apoio da empresa, consegui. Quero servir de incentivo para outras mulheres que desejam ingressar no setor”, destaca.
Sua conquista mais marcante foi ser a primeira mulher de sua família a se formar no ensino superior e ser escolhida para discursar na inauguração da fábrica, representando os funcionários da Suzano. “Foi uma honra imensa. Espero que mais mulheres ocupem espaço na indústria da celulose, que está em crescimento. Meu conselho é que busquem capacitação e estejam preparadas para as oportunidades”.
Isabela Cristina da Silva Alves trabalha na Eldorado Brasil
Oportunidades Que Transformam
Isabela Cristina da Silva Alves também tem uma história de crescimento na indústria. Aos 18 anos, ingressou no setor através do programa “Minha Primeira Profissão”, realizado em parceria com o Senai. Fez parte da primeira turma de trainee da Eldorado e participou da construção da fábrica em Três Lagoas.
“Nunca tinha pisado em uma fábrica de celulose. Acompanhar todo o processo, desde a montagem dos equipamentos até os testes nas linhas, foi uma experiência única. A oportunidade de aprender e crescer foi incrível”, relembra.
Isabela se destacou por sua curiosidade e iniciativa. Começou como operadora de área e, com muito estudo e dedicação, foi promovida a operadora de painel, uma das funções mais disputadas. “Nos momentos livres, buscava aprender com os operadores mais experientes. Isso fez toda diferença na minha promoção”, diz.
Atualmente, trabalha na área de tratamento de águas da Eldorado e valoriza o acolhimento da empresa, especialmente durante a maternidade. “Na minha segunda gravidez, participei do programa ‘Gerar Saúde do Bebê’, que foi essencial para minha tranquilidade e bem-estar”, afirma.
Inclusão E Valorizacão
As empresas do setor de celulose em Mato Grosso do Sul têm investido em ações para promover a inclusão das mulheres. A Suzano, por exemplo, tem programas de mentoria e liderança feminina e busca atingir 30% de mulheres em cargos de liderança até 2025. Além disso, oferece apoio às gestantes, com salas de amamentação, kits maternidade, licença-maternidade estendida, auxílio-creche e acompanhamento especializado durante a gravidez e o pós-parto.
A Eldorado Brasil também se destaca por suas políticas de apoio às funcionárias, incentivando a ascensão profissional das mulheres. O programa “Gerar Saúde do Bebê” já atendeu mais de 280 mulheres, oferecendo suporte integral na gestação com equipe multidisciplinar.
Já a Arauco, que está construindo uma nova fábrica em Inocência, promete implementar ações inclusivas desde o início das operações. Entre as iniciativas estão treinamentos para lideranças, espaços adequados para amamentação, uniformes adaptados para gestantes e um canal de comunicação direto para atender demandas femininas.
Essas iniciativas mostram que a indústria de celulose está evoluindo para um ambiente mais igualitário. Com esforço e investimento, as mulheres conquistam espaço e demonstram que têm muito a contribuir para o crescimento do setor em Mato Grosso do Sul.
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