Mato Grosso do Sul, 13 de maio de 2025
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Pai contesta versão da ex sobre morte violenta de menina de 3 anos em Ribeirão Preto: ‘Quero versões mais completas’

Sophia da Silva Fernandes teve lesões graves na cabeça e mãe diz que hematomas foram causados por queda durante banho. Caso é investigado como possíveis maus-tratos, mas delegada afirma que não há autoria conhecida.

Pai da menina de 3 anos que morreu após oito dias internada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP), Felipe Gomes Fernandes pede uma investigação criteriosa sobre as causas da morte de Sophia da Silva Fernandes.

À EPTV, afiliada da TV Globo, ele disse não acreditar na versão da ex-companheira, de que as lesões na cabeça da criança são decorrentes de uma queda durante o banho. A menina morreu na sexta-feira (9)

Segundo relatório do próprio hospital, Sophia deu entrada no HC com quadro agudo grave de rebaixamento de nível de consciência e descerebração.

A tomografia a que a criança foi submetida revelou “hematoma subdural agudo com desvio de linha médica, sendo indicada abordagem cirúrgica na urgência”. A polícia investiga o caso como possível crime de maus-tratos, mas a delegada Patricia Buldo diz que ainda não há autoria conhecida.

“Eu só quero a verdade, eu só quero que as versões sejam mais completas, porque você dizer que a sua filha caiu no banheiro, todo mundo quer saber o que realmente aconteceu com a Sophia. Eu quero uma resposta, porque não é normal acontecer o que aconteceu com a minha filha”, diz Felipe.

Sophia da Silva Fernandes foi levada ao HC pela mãe dela e pelo padrasto no dia 1 de agosto. A mulher disse acreditar que a menina sofreu uma queda durante o banho. A criança morreu oito dias depois.

À EPTV, a mãe da criança disse que foi o padrasto de Sophia, atual companheiro dela, que encontrou a menina caída no box do banheiro.

Segundo a mulher, Sophia recebeu uma bucha de banho e um sabonete para poder se lavar, enquanto ela seguiu para a cozinha, cômodo que fica ao lado, para pegar um café.

“Pra minha cabeça, acho que ela acabou escorregando na buchinha que ela esfregou sabonete. Pode ter caído no chão e ela ter caído, ter batido a cabeça. No nosso banheiro tem uma mangueirinha sempre esticada. Ela pode sim, querer segurar na mangueirinha e puxado, sem querer ter caído. Como mãe e como eu conheço onde eu moro, conheço minha filha e eu me conheço, acho que ela deve ter caído”.

Laudo do HC fala em ‘trauma não acidental’

O laudo emitido pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto mostra que Sophia foi submetida a uma cirurgia que revelou que a menina tinha um edema cerebral gravíssimo, sendo necessária amputação parcial de encéfalo.

No mesmo documento do Hospital das Clínicas consta a hipótese de trauma não acidental.

Ainda segundo o HC, Sophia tinha alterações de fundo de olho sugestivas de trauma de grande energia, não sendo possível excluir síndrome do bebê chacoalhado.

Advogado da mãe da criança, Wagner Simões defende que as lesões são decorrentes de problemas congênitos que Sophia apresentava desde o nascimento.

“O quadro clínico que a criança apresentou logo após o nascimento fez com que ela desenvolvesse algumas dificuldades que, segundo a mãe, levaram a criança até a sofrer dois episódios de convulsão e nos faz pensar que isso possa ser resultado de algo congênito e não de um fato exterior, de uma agressão, de algum tipo de mau trato ou acidente que ela tenha sofrido”.

Felipe contesta a versão apresentada pela defesa e afirma que chegou a questionar um médico no HC se os problemas da filha poderiam causar a morte dela.

“Eu perguntei pra ele ‘doutor, tem alguma coisa a ver com o que está acontecendo?’ Ele falou pra mim ‘não, a gente já fez todos os exames e não condiz’. O médico falou ‘Felipe, não é uma coisa comum isso que aconteceu com ela’. É normal acontecer o que? Em acidente de carro, acidente de moto, acidente de caminhão, pra dar um traumatismo grave”.

Juiz da Vara da Infância e Juventude de Ribeirão Preto, Paulo Cesar Gentile acompanha o caso.

“Com base nas conclusões da polícia, poderá haver uma ação penal buscando responsabilizar eventual agressor. é importante que não haja pré-julgamento sobre o que aconteceu. não sabemos se houve um acidente, se houve negligência ou se a criança foi vítima de violência doméstica”.

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