Campo Grande tem cerca de 40 mil pessoas com algum tipo de deficiência, seja visual, auditiva, motora ou intelectual. Todos enfrentam dificuldades de acessibilidade e mobilidade e de acesso básico à cidadania. Para Beto Pereira, candidato à Prefeitura da capital pelo PSDB, uma cidade só é boa de se viver quando é planejada e funciona para todos, sem exceção. Seja nos espaços sociais, educacionais, culturais, de lazer e nos serviços públicos em geral.
“São muitos os desafios que a pessoa com deficiência passa todos os dias quando sai de casa”, diz João Guanaes, deficiente visual. “Uma pessoa com deficiência, uma pessoa cadeirante, tem seu maior desafio na acessibilidade. E há acessibilidade em Campo Grande? Hoje, a atual Prefeitura nem atende a gente”, reforça Ana Lúcia Serpa, cadeirante.
“A Pamela usa seis tipos de medicamentos. Alguns eu não encontro na rede pública. São comprados”, afirma a ‘mãe atípica’ Maria Cristina Machado. “Ter acesso a saúde sem um intérprete é muito difícil. O surdo sente esta dificuldade e não sabe como proceder. O intérprete é fundamental no atendimento de saúde”, explica, em libras, Eliane da Silva, deficiente auditiva.
Beto afirma que estas pessoas têm todo o direito de reclamar, porque elas se sentem invisíveis diante do poder público. “A Prefeitura ignora que Campo Grande precisa de adaptação e de melhoria dos espaços públicos, nas redes municipais de educação e saúde, nas ruas e na arquitetura dos prédios públicos, no transporte e em tantas outras estruturas. Como manda a lei brasileira de inclusão, pelo nosso plano de gestão Campo Grande será uma cidade mais humanizada, com respeito às pessoas com deficiências e foco em educação inclusiva. Vamos criar um centro de convivência para as pessoas com deficiência”.
“Meu filho, desde pequeno, está na escola. Desde o momento da matrícula a gente já enfrenta dificuldades. Nos chamam para uma reunião. Eu perguntava, ‘gente, tem intérprete?’, e diziam que não. Ter um intérprete é muito importante. É lei. Eu sou surda, como vou participar da reunião sem o intérprete? Isso é muito sério, muito importante para mim”, explica, em libras, Paula Guimarães, deficiente auditiva.
“Queria tanto que houvesse brinquedos adaptados para o meu neto. Ele fica olhando as crianças brincarem. Meu coração dói, porque ele não tem um brinquedo onde possa se divertir”, Roseli da Silva, avó atípica de um menino cadeirante.
A mãe atípica Franciane dos Santos reforça: “Não tem medicamentos no posto, na escola não tem professora de apoio. Ele precisa de uma psicóloga, e não tem. Ele precisa de um terapeuta, não tem. Então, ele não tem acesso aos profissionais que atendem o autismo”, lamenta.
Campo Grande tem cerca de 3500 crianças à espera dessa atenção especial. Beto sabe disso e afirma que em sua gestão as escolas municipais terão salas de recursos modernas, com profissionais qualificados. O Conselho Municipal de Educação vai se envolver diretamente nessas questões e a Prefeitura garantirá diagnóstico rápido na rede de saúde, para que a pessoa possa se tratar e evoluir positivamente na sua capacidade mental e motora.
“Ruas eventos e espaços públicos vão ganhar estrutura de mobilidade, sinalização e informações acessíveis, especialmente em parques, nas unidades de atendimento de saúde e nos Caps. Vamos implantar a biblioteca digital no horto florestal. Crianças, jovens e adultos vão poder praticar esportes adaptados. Vamos investir em campanhas de educação e informação a respeito da convivência social. Há várias fontes de recurso para fazermos a mudança, e eu vou buscá-las. Para, mim inclusão é sinônimo de cidadania”, avisa Beto Pereira