O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou nesta segunda-feira (15) a assinatura do contrato com a Janssen-Cilag, braço belga da Johnson & Johnson, e com a Pfizer para a aquisição de cerca de 138 milhões de doses de vacinas anti-covid ao Brasil até novembro de 2021.
Os acordos foram revelados durante coletiva do balanço das ações da pasta no combate à pandemia de covid-19, em meio à pressão sofrida pelo ministro diante de negociações para sua substituição.
Segundo Pazuello, as doses serão disponibilizadas de forma escalonada, de abril até novembro. Ao todo, 100 milhões de ampolas são da Pfizer e 38 milhões da Janssen.
Além disso, foi informado que o governo federal viabilizou a compra de vacinas de 10 fornecedores diferentes, o que garantirá ao país 562 milhões de doses em todo o ano de 2021.
“Já concluímos a contratação da União Química (fabricante da vacina russa Sputnik V), da Pfizer e da Janssen. Todas essas contratações foram a partir da lei sancionada na última semana, para que compreendam a velocidade administrativa desse trabalho”, afirmou Pazuello.
O cronograma divulgado hoje prevê a entrega das 100 milhões de doses da Pfizer da seguinte forma: 1 milhão em abril, 2,5 milhões em maio, 10 milhões em junho e em julho, 30 milhões em agosto e outras 46,5 milhões de doses em setembro.
Já as ampolas da Janssen chegarão ao país somente no segundo semestre. A previsão é receber 16,9 milhões de doses em agosto e 21,1 milhões em novembro.
Este imunizante, porém, ainda não tem autorização para uso emergencial no Brasil, mas já garantiu, em 18 de janeiro, um certificado da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ainda de acordo com o ministro, o Brasil busca alternativas de produzir o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacionalmente. De acordo com Pazuello, o calendário ainda pode sofrer mudanças.
“O cronograma previsto é para ser alterado. Quando a fabricante não entrega, quando a linha de produção para, quando acontece qualquer dificuldade na legalização das doses”, afirmou ele.
Durante a coletiva, o ministro também afirmou que poderá deixar o cargo nos próximos dias, mas somente se for a decisão do presidente Jair Bolsonaro.
“O ministro da saúde será substituído? Provavelmente sim, um dia. Mas não estou doente e nós não vamos parar nem um minuto. Não paramos ontem, hoje e nem pararemos amanhã. Todos os meus interlocutores estão focados na missão e vão continuar”, disse.
A pressão sob Pazuello está crescendo tendo em vista que o país vive o momento mais grave da pandemia de covid-19, com colapso no sistema de saúde em diversos estados, recordes sucessivos de mortes, além de atrasos nas negociações para a compra de vacinas.