O mercado da soja segue em queda no Brasil, refletindo o avanço da colheita e a desvalorização internacional. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, a saca de soja em Paranaguá (PR) caiu 0,11% nesta quarta-feira (26), sendo negociada a R$ 132,04.
A consultoria Agrifatto aponta que a baixa nos preços também está ligada ao recuo das cotações internacionais. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros da oleaginosa para maio tiveram desvalorização de 0,72%, fechando o dia em US$ 10,4125 o bushel.
Os especialistas indicam que o mercado global foi pressionado principalmente pela queda dos derivados da soja, como o óleo, além da melhoria das condições climáticas na América do Sul. Com isso, a colheita no Brasil avança e as lavouras na Argentina apresentam recuperação.
Colheita no Brasil avança, mas segue atrasada
Apesar do progresso dos trabalhos no campo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informa que a colheita da soja ainda está ligeiramente atrasada em comparação ao mesmo período do ano passado. Até o dia 23 de fevereiro, 36,4% da área plantada havia sido colhida, contra 38% no mesmo período da safra anterior.
Nos estados produtores, a expectativa é de aceleração nos próximos dias, caso o clima continue favorável. A produção brasileira de soja deve manter o país como o maior exportador global da commodity.
Os analistas do setor reforçam que as condições climáticas foram desafiadoras nesta safra, principalmente por conta do fenômeno climático El Niño, que trouxe excesso de chuvas para algumas regiões e períodos de estiagem em outras. Isso impactou diretamente a produtividade das lavouras, gerando perdas pontuais em estados como Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Cotações pelo Brasil e nos portos
O preço da soja segue variável de acordo com a região. Segundo a Scot Consultoria, a saca de 60 quilos foi cotada a R$ 109,00 em Balsas (MA), R$ 115,00 em Luís Eduardo Magalhães (BA), R$ 113,00 em Rio Verde (GO), R$ 117,00 em Dourados (MS) e R$ 106,00 em Sorriso (MT).
Nos portos, os valores também registraram leve queda. Em Santos (SP), a soja foi comercializada por R$ 131,50, enquanto no porto de Rio Grande (RS) o preço ficou em R$ 133,00.
Exportação e demanda chinesa
Os preços da soja no Brasil também são influenciados pela demanda externa, especialmente pela China, principal compradora da oleaginosa brasileira. No início do ano, as exportações estavam em ritmo mais lento, mas há expectativa de aumento nos embarques conforme a colheita avança.
O dólar também é um fator determinante para os preços. Caso a moeda americana se valorize, os produtores podem ter um alívio nas cotações internas, uma vez que a soja é negociada globalmente em dólares. Por outro lado, uma valorização do real pode pressionar ainda mais os preços para baixo.
Os exportadores brasileiros acompanham de perto o mercado asiático, pois qualquer oscilação na demanda chinesa pode afetar diretamente os preços pagos aos produtores no Brasil. Além disso, a concorrência com os Estados Unidos e a Argentina segue no radar, já que ambos os países também são grandes fornecedores de soja.
Perspectivas para os próximos meses
Os especialistas apontam que o mercado da soja pode continuar enfrentando volatilidade nos próximos meses. A safra norte-americana começa a entrar no radar dos investidores, e fatores como o clima e o volume de área plantada nos Estados Unidos podem trazer novas variações de preços.
Além disso, questões políticas e econômicas, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a política de estoques na Argentina e o comportamento dos fundos de investimentos na Bolsa de Chicago, também podem interferir no mercado da soja.
O produtor brasileiro precisa estar atento aos movimentos do mercado para tomar decisões estratégicas de venda. Muitos agricultores apostam em travas de preços e vendas antecipadas para minimizar os riscos e garantir margens de lucro diante das oscilações do mercado.
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