Os preços do milho apresentaram estabilidade no começo de maio, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. Na sexta-feira (10/5), o indicador do Cepea, baseado na região de Campinas (SP), apresentava cotação média de R$ 58,88 a saca de 60 quilos, alta de 1,64% desde o início do mês.
Segundo o Cepea, muitos produtores se afastaram do mercado e aqueles ativos pedem valores maiores. Esses vendedores estão atentos aos impactos do clima sobre importantes regiões produtoras. Enquanto no Rio Grande do Sul as chuvas em excesso prejudicam e até mesmo comprometem as lavouras, no Centro-Oeste e no Sudeste, as elevadas temperaturas e o tempo seco têm preocupado agentes.
Do lado da demanda, compradores tentam adquirir novos lotes do cereal a preços menores, fundamentados na possibilidade de aumento na oferta, por conta da colheita da segunda safra em Mato Grosso e Goiás, prevista para se iniciar ainda neste mês, e da consequente necessidade de vendedores liberarem os armazéns.
Os preços do milho estão em ascensão, indicando uma menor disponibilidade futura devido ao aperto na oferta global. Nas últimas três safras, a relação estoque/uso diminuiu, passando de 25,71% na safra 22/23 para 17,39% na safra 24/25, segundo o USDA. Isso tem impulsionado o aumento dos preços, como evidenciado pelas cotações na CBOT e na B3 brasileira. No entanto, apesar desse aumento, os preços ainda não são suficientes para cobrir totalmente os custos de produção.
“Como mencionamos no comentário acima, esta situação será muito benéfica para quem produz carnes (frangos, suínos, bovinos, etc) e muito prejudicial para quem produz apenas o grão. De um modo geral tende a beneficiar as cooperativas paranaenses, que têm grandes investimentos na produção de carnes, permitindo aos
seus cooperados minimizam os prejuízos com a produção do grão”.