Mato Grosso do Sul, 16 de março de 2025
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Prefeitura de Campo Grande acumula R$ 1,1 milhão em aluguéis atrasados e compromete serviços essenciais

Aluguéis de unidades de saúde, escolas e centros de assistência social estão em atraso há pelo menos três meses, afetando funcionamento de serviços importantes para a população

A situação financeira da Prefeitura de Campo Grande tem gerado sérios impactos nos serviços essenciais da cidade. Ao todo, são 160 imóveis alugados pela administração municipal, e a grande maioria deles está com aluguéis em atraso há, pelo menos, três meses. O montante da dívida já ultrapassa os R$ 1,1 milhão. A pesquisa realizada pela reportagem no Portal da Transparência da prefeitura identificou 18 desses imóveis com contratos de locação não pagos, afetando diretamente escolas, postos de saúde, centros de assistência social e até subsecretarias.

A pergunta que fica é: o que seria isso? Um calote da administração pública ou simplesmente falta de gestão? Para muitos especialistas, a situação configura um claro exemplo de desorganização financeira. A falta de compromisso com os pagamentos pode ser interpretada como um reflexo de uma gestão pública ineficaz, que não prioriza o pagamento de seus compromissos. Ao mesmo tempo, essa inadimplência prejudica quem depende do pagamento pontual desses alugueis para sua sobrevivência financeira, como é o caso da farmacêutica aposentada Sônia Maria Schiavo, que desde 2022 aluga um imóvel para o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) no bairro Coophavilla II. Ela ainda aguarda o pagamento dos R$ 2,4 mil mensais de aluguel, referente ao período desde dezembro do ano passado. “Sempre pagaram com atraso, mas agora está complicado. Eu dependo desse aluguel, é minha única fonte de renda”, disse Sônia, visivelmente preocupada com a falta de pagamento.

A dívida de Sônia é apenas uma das várias que têm se acumulado. Muitos dos imóveis afetados são essenciais para o funcionamento dos serviços públicos e estão em funcionamento, mas sem o devido pagamento de seus aluguéis. A Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Nova Esperança, localizada na Vila Nhanhá, está com uma dívida de R$ 6.420,00 mensais. Já o prédio que abriga a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários tem um débito de R$ 9.513,34 ao mês. O Centro de Distribuição da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) acumula um valor de R$ 498.960,00 em pendências. Além disso, o terceiro andar do antigo Shopping Marrakech, onde funciona a Subsecretaria de Juventude, está com o aluguel de R$ 7.516,67 também em atraso.

Os imóveis afetados pela inadimplência representam uma parcela importante da estrutura pública da cidade. Muitas dessas unidades são responsáveis por serviços diretamente ligados à saúde, educação e assistência social, o que torna ainda mais grave a situação. A falta de regularização nos pagamentos compromete o bom andamento dessas atividades, além de prejudicar os locadores, que dependem desses recursos para o sustento de suas famílias.

Em contato com a reportagem, a Prefeitura de Campo Grande alegou que está fazendo todo o possível para quitar as pendências, mas não forneceu um prazo definitivo para a regularização dos pagamentos. A dificuldade financeira do município, aliada à alta quantidade de débitos, tem gerado incertezas para quem depende do pagamento pontual dos aluguéis.

Enquanto isso, a população continua a ser impactada pela falta de recursos, que, em última instância, afeta a qualidade dos serviços prestados nas áreas de saúde, educação e assistência social. O clima de insegurança gerado pela inadimplência reflete diretamente no trabalho dos servidores e nos atendimentos realizados nas unidades afetadas.

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