Após uma rodada presencial de negociações nesta terça-feira (29) entre as delegações da Rússia e Ucrânia, a respeito da invasão russa ao território ucraniano, o Ministério da Federação Russa, tomou a decisão de reduzir ‘radicalmente as operações militares nas direções de Kiev e Chernogiv’, foi o que informou Alexander Fomin, o vice-ministro da entidade militar.
Segundo as lideranças, esse pode ser um caminho para a redução da escalada da violência no território ucraniano.
Ainda de acordo com o Chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, os passos estão sendo dados para diminuir o conflito.
“Estamos dando dois passos para diminuir o conflito em direção à Ucrânia” disse Medinsky.
Apesar do diálogo, que aconteceu em Istambul, na Turquia, ainda há registros de ataques pela Ucrânia.
Sergei Shoigu, ministro russo, disse nesta terça que, “em geral, as principais tarefas da primeira etapa da operação foram concluídas”, em referência ao ataque à estrutura militar da Ucrânia.
Apesar de não ter conseguido abrir rotas de evacuação de civis na segunda-feira por “provocações russas”, o governo ucraniano abriu nesta terça três corredores humanitários.
O encontro entre as delegações russa e ucraniana começou por volta das 10h, em Istambul (4h, em Brasília). A previsão era que as reuniões começassem ontem, mas, por dificuldades logísticas, os primeiros diálogos ficaram para hoje. A previsão é que o período de reuniões se estenda até amanhã (30).
Os negociadores foram recebidos antes pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que pediu o “fim da tragédia” da ofensiva russa na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
Os chefes das delegações são David Arakhamia, pela parte ucraniana, e Vladimir Medinsky, pela russa.
“Estamos trabalhando nas disposições fundamentais do processo de negociação”, disse Arakhamia, acrescentando que “as delegações estão trabalhando em paralelo em todo o espectro de questões contenciosas.”
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, disse que as negociações em Istambul se concentram em melhorar a situação humanitária, embora tenha dado a entender que está cético quanto ao resultado.
“Se virmos que o tom mudou e que eles estão prontos para uma conversa séria e substantiva e um acordo equilibrado, então as coisas vão avançar”, disse Kuleba, destacando que “se for uma repetição de sua propaganda, as negociações fracassarão”, disse ele.
Kuleba indicou ainda que há pouco espaço para um acordo que envolva a perda de território por parte da Ucrânia: “Não estamos negociando pessoas, terras ou soberania. Nossa posição é firme”.