Na manhã desta sexta-feira (10), um grupo de mães de crianças e adolescentes atípicos tomou a entrada principal do Paço Municipal de Campo Grande em um protesto carregado de emoção e desespero. Elas denunciam a falta de medicamentos e materiais essenciais para os cuidados de seus filhos, bem como a desordem administrativa na gestão da prefeita Adriane Lopes. As reivindicações incluem o cumprimento de liminares que garantem direitos básicos às famílias, mas que, segundo as manifestantes, estão sendo negligenciados pela administração municipal.
Histórias de Dor e Luta
Com cartazes em mãos e vozes embargadas, as mães compartilharam relatos angustiantes. Leila Servim, dona de casa há 43 anos, detalhou as dificuldades enfrentadas pela falta de materiais essenciais:
“Temos um liminar que a prefeitura deveria cumprir, mas não cumpre. Meu filho precisa de uma dieta especial por gastrostomia, mas não tem o frasco nem o equipamento necessário. Quando aparece a dieta, falta o frasco. E quando tem fralda, é de péssima qualidade, machucando a criança.”
Outra mãe, visivelmente abalada, destacou o impacto emocional e financeiro:
“Nós vendemos tudo que temos. Não temos colchão, ventilador, geladeira. Como explicar para um filho que não tem fralda ou comida hoje? Você olha para ele e não sabe o que fazer.”
A situação psicológica das mães também é alarmante. Uma manifestante desabafou:
“90% de nós estamos psicologicamente abaladas. Não por termos filhos especiais, mas pelo sistema injusto. É desesperador acordar e não saber o que fazer. Tem dias que pensamos em desistir de tudo.”
Repercussão Política
Políticos estiveram presentes para prestar solidariedade às mães. O vereador Jean Ferreira criticou a prefeita Adriane Lopes e defendeu uma união entre os legisladores e as famílias para garantir os repasses necessários.
“Essas mulheres pagam impostos e merecem respeito. Se nós não lutarmos por elas, quem o fará?”, afirmou.
A vereadora Luiza Ribeiro reforçou a gravidade da situação:
“Há mais de dois anos enfrentamos atrasos nos repasses de medicamentos e suprimentos básicos, enquanto outras áreas recebem prioridade. Isso é inaceitável.”
A deputada federal Camila Jara prometeu levar o caso ao Ministério Público Federal, denunciando a má gestão dos recursos públicos. Segundo ela, várias reuniões e tentativas de diálogo com a prefeitura resultaram em soluções ineficazes.
Durante a campanha eleitoral de 2024, a prefeita Adriane Lopes comprometeu-se a melhorar o atendimento às crianças com necessidades especiais em Campo Grande. No entanto, conforme relatado pelo G1 em julho de 2024, apenas 56% das promessas de sua gestão foram cumpridas até aquela data, com 25% ainda não realizadas.
As mães atípicas, que protestaram recentemente, alegam que as promessas específicas voltadas para suas necessidades permanecem sem atendimento adequado.
Leila ressalta as dificuldades que enfrenta com a falta dos materiais para seu filho (Foto: Luciano Muta)
Resposta da Prefeitura
Em coletiva de imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) afirmou que atrasos nas entregas de dietas enterais e fraldas se devem à falta de cumprimento contratual por parte de empresas fornecedoras. A secretária Dra. Rosana Leite declarou que medidas estão sendo tomadas para regularizar a situação.
Dados divulgados pela SESAU:
- Dietas enterais entregues entre setembro e dezembro de 2024: 26.986 unidades para 693 pacientes.
- Fraldas distribuídas no mesmo período: 263.938 tiras para 1.556 pacientes.
Apesar dos números, as mães questionam a transparência e a qualidade dos itens entregues.
Censura e Liberdade de Imprensa
Durante o protesto, a imprensa foi impedida de acompanhar uma reunião entre representantes da prefeitura e as manifestantes. A Guarda Municipal bloqueou o acesso, alegando que o encontro era “fechado”. O episódio levantou questionamentos sobre a transparência da gestão municipal.
Críticas
A administração de Adriane Lopes, que contou com apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi criticada por não respeitar a liberdade de imprensa e negligenciar famílias vulneráveis. Mães e autoridades exigem respostas e ações concretas para reverter o cenário de abandono.
Engajamento nas Redes
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