O vereador mais votado de Campo Grande Thiago Vargas, autor do projeto que exige exame toxicológico para professores da Rede Municipal de Ensino, que se declara um conservador, está no centro de uma polêmica com direito a trilha sonora.
O parlamentar postou em sua rede social um vídeo no qual aparece dançando e rebolando no plenário principal da Câmara Municipal de Campo Grande (MS).
Nas imagens, ele dança ao som de “Quem Perdeu Que Chore”, gravado por Mc Kevinho, Israel e Rodolffo. A coreografia é sensual. Ele passa a mão no corpo, rebola até o chão e leva o dedo à boca.
Aparentemente, ele estava festejando a chegada da sexta-feira, já que colocou os dizeres #sextou no #gabinete.
O vídeo causou reações variadas nas redes sociais. Há quem se divirta e quem se indigne com a atitude do parlamentar.
Tiago Vargas é vereador em primeiro mandato, tendo sido o mais votado nas eleições de 2020, obtendo 6.202 votos. Ele é ex-policial civil expulso por indiciplina e tem formação em História.
Em resposta a publicação do vídeo em que Thiago Vargas (PSL) aparece dançando no plenário da Câmara Municipal, o presidente da Casa, vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o “Carlão”, garantiu que tomará medidas para que episódios do tipo não se repitam. Na próxima sessão, agendada para a terça-feira (30), ele apresentará aos vereadores proposta para tornar mais severo o regimento interno da Câmara. Com isso, parlamentares “tiktokers” poderão até perder o mandato caso sejam identificados em dancinhas no ambiente de trabalho.
“Hoje só está previsto punição com advertência, mas vamos deixar o regramento mais duro”, explica. Para ele, a cena é problemática porque abre margem para que a população questione e até coloque em xeque a seriedade do trabalho Legislativo.
“É um fato grave e que pode manchar a Câmara como um todo. Eu sou vereador há 13 anos e nunca vi isso. Não estamos lá para dançar, mas para lutar por melhorias para o povo. Quando um vereador toma uma atitude que prejudica ou beneficia seu próprio mandato, o problema é todo dele, no entanto, quando isso afeta os outros é uma questão para ser tratada em colegiado”, declarou.
O presidente explicou que, assim que soube da circulação e repercussão das imagens, entrou em contato com Thiago Vargas para “puxar a orelha” do novato. “Fui bem claro na nossa conversa. Se o eleitor dele gosta, ele que dance na casa dele, fechado dentro do gabinete ou vá para alguma praça. No local onde criamos leis e tomamos decisões não é o lugar para isso”, completou.