As recentes revelações da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid trouxeram à tona um envolvimento mais profundo da família Bolsonaro na tentativa de golpe de Estado que assolou o Brasil nos últimos anos. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) passaram a ser alvo de intensas cobranças por parte de políticos, especialistas e cidadãos comuns nas redes sociais, após Cid relatar que ambos faziam parte de uma ala radical do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro, instigando-o a dar um golpe de Estado com apoio de uma “tropa civil” composta por colecionadores, atiradores e caçadores esportivos (CACs). Além de suas articulações diretas com o ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, segundo a delação, teria assumido a liderança do exército dos CACs, organizando e mobilizando os grupos armados para a execução da trama golpista.
Apesar de Michelle e Eduardo Bolsonaro não serem, até o momento, alvos de investigações diretas no processo da Procuradoria-Geral da República (PGR), que resultou em uma denúncia contra o ex-presidente e mais 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado, as declarações de Mauro Cid geraram um clima de crescente pressão nas redes sociais e na política. Cid, que foi ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, detalhou que o ex-presidente, seus familiares e membros próximos do seu círculo, como o general Mario Fernandes e outros aliados, estavam articulando uma ação para a derrubada do governo eleito, buscando apoio em uma parte da população armada que tinha como objetivo o rompimento democrático, criando um cenário de guerra civil no Brasil.
De acordo com Cid, o ex-presidente Bolsonaro não agia sozinho. Ele contava com uma verdadeira rede de apoio, formada por aliados políticos e civis dispostos a ir às últimas consequências para garantir sua permanência no poder. No entanto, o papel de Eduardo Bolsonaro foi destacado como crucial. O deputado federal não só participava da articulação política, como liderava os movimentos mais radicais dentro do grupo. Ele comandaria, efetivamente, o “exército” formado pelos CACs, mobilizando esses grupos armados em busca de uma tentativa de golpe com o uso da força. Eduardo teria assumido a posição de comandante dessa mobilização civil armada, prometendo ao seu pai e ao restante do núcleo golpista que teria o apoio de uma parte significativa da população, armada e pronta para agir.
“O general Mario Fernandes atuava de forma ostensiva, tentando convencer os demais integrantes das forças a executarem um golpe de Estado. Compunha também o referido grupo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado. Eles afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs para dar o golpe”, afirmou Cid em sua delação, relatando a participação de Michelle e Eduardo no cerne da trama.
Essas revelações trouxeram à tona não só a gravidade do envolvimento dos membros da família Bolsonaro, mas também o papel ativo de Eduardo Bolsonaro no comando das forças paramilitares organizadas, comprometendo diretamente a segurança e a estabilidade do país. Para muitos, o fato de Eduardo estar à frente de um movimento armado, ao lado de grupos como os CACs, torna suas ações ainda mais graves, colocando em risco a democracia e as instituições brasileiras.
A divulgação desses fatos provocou uma onda de indignação nas redes sociais, com políticos e internautas exigindo investigação e responsabilização. A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, se manifestou publicamente, questionando o fato de Michelle Bolsonaro não ter sido incluída na denúncia da PGR. Ela acusou a ex-primeira-dama de ser uma das principais instigadoras da tentativa de golpe, afirmando que Michelle Bolsonaro, junto com Eduardo, estava profundamente envolvida com a ala mais radical do golpe. “Só por enquanto”, escreveu Gleisi em suas redes, sugerindo que, com o tempo, mais figuras da família Bolsonaro poderiam ser investigadas.
Além disso, o deputado federal Marcelo Freixo também se pronunciou sobre o assunto, levantando sérias dúvidas sobre as intenções de Michelle Bolsonaro e acusando-a de incentivar diretamente a violência e a quebra da ordem democrática. “Michelle queria uma guerra civil”, afirmou Freixo, enfatizando que a ideia de instigar um golpe armado e utilizar CACs como força para a ação de ruptura institucional é uma evidência clara das intenções golpistas da ex-primeira-dama.
Essas alegações geraram grande repercussão, não apenas no meio político, mas em toda a sociedade brasileira. A acusação de que Eduardo Bolsonaro estava liderando um exército de civis armados, com a intenção de promover uma guerra civil, trouxe à tona a gravidade da situação. Muitos questionam como figuras públicas podem se envolver em tais articulações sem sofrer consequências diretas, enquanto as investigações continuam a se expandir.
O cenário atual mostra que as revelações de Mauro Cid representam apenas o começo de uma série de desdobramentos que poderão abalar ainda mais as bases da política brasileira. As redes sociais se tornaram o espaço onde as discussões sobre o futuro das investigações e a necessidade de responsabilização dos envolvidos estão sendo intensamente debatidas. O movimento por mais esclarecimentos e ação da Justiça continua crescendo, com a expectativa de que novas denúncias possam ser feitas e mais figuras do entorno de Bolsonaro sejam responsabilizadas por suas ações golpistas.
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