Mato Grosso do Sul, 27 de abril de 2025
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Câncer no Intestino está aumentando em pessoas com menos de 50 anos: Entenda o que está por trás dessa tendência

O recado não poderia ser mais claro: os hábitos de vida têm um impacto enorme sobre a nossa saúde e são um dos principais responsáveis pelo aumento dos casos de câncer de intestino
Imagem - Dr. Roberto Pestana
Imagem - Dr. Roberto Pestana

Nos últimos anos, uma triste realidade tem se apresentado com cada vez mais força: o câncer de intestino, também conhecido como câncer colorretal, está atingindo pessoas mais jovens, com menos de 50 anos. A doença, que anteriormente afetava principalmente indivíduos acima dessa faixa etária, tem mostrado um aumento alarmante entre as gerações mais novas. Mas o que está por trás dessa tendência?

O câncer de intestino é um dos mais comuns do mundo, com cerca de 2 milhões de novos casos diagnosticados a cada ano. De acordo com a professora do Departamento de Biomédica e Ciências da Vida da Lancaster, o aumento dessa doença em pessoas mais jovens está fortemente relacionado aos hábitos de vida modernos, que incluem dietas pouco saudáveis e um estilo de vida cada vez mais sedentário.

Mudanças na Taxa de Incidência: De Onde Vem o Aumento?

Estudos recentes revelaram que, enquanto o número de casos de câncer de intestino em pessoas acima de 50 anos tem diminuído ou se estabilizado, devido aos programas de triagem que detectam precocemente lesões precoces, a incidência entre os mais jovens tem disparado. Em um estudo realizado em sete países de alta renda, ficou claro que o risco de desenvolver câncer de intestino antes dos 50 anos é significativamente maior para pessoas nascidas nas últimas décadas, especialmente em comparação com gerações mais antigas.

Isso é especialmente visível em países como a Noruega, onde a taxa de risco para câncer retal em pessoas nascidas em 1990 era cinco vezes maior do que para aqueles nascidos em 1920. Essa tendência não é restrita a apenas um país ou região; na verdade, uma pesquisa global realizada em 50 países revelou que o câncer de intestino está crescendo de forma acelerada em nações da Europa, América Latina, Caribe e Ásia, sendo mais comum na faixa etária abaixo de 50 anos.

Estilo de Vida e Câncer de Intestino: Uma Relação Direta

Mas por que isso está acontecendo? O que mudou nos últimos anos que pode ter contribuído para esse aumento significativo de casos em pessoas mais jovens?

A resposta pode estar nos nossos hábitos diários. A principal causa para o aumento do câncer de intestino em pessoas mais jovens está diretamente ligada ao estilo de vida ocidentalizado. O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras e carnes vermelhas, a falta de atividade física, o tabagismo, o consumo de álcool e o aumento da obesidade são fatores de risco já bem conhecidos e que estão impactando negativamente a saúde das novas gerações.

Há algumas décadas, estudos já indicavam que países com dietas ocidentais, como os Estados Unidos, apresentavam taxas mais altas de câncer de intestino. O que observamos hoje é que essa dieta, rica em alimentos inflamatórios e baixa em fibras, se espalhou pelo mundo, impactando até nações com hábitos alimentares tradicionalmente mais saudáveis, como o Japão.

Além disso, estamos em plena crise global de obesidade. De acordo com estimativas, 2,2 bilhões de pessoas estão acima do peso, e a obesidade tem se tornado cada vez mais comum, principalmente entre crianças e adolescentes. A obesidade está associada a várias condições de saúde, incluindo o diabetes tipo 2, e é um dos maiores fatores de risco para o câncer de intestino. Estudos demonstram que a obesidade altera o metabolismo do corpo, criando um estado crônico de inflamação que facilita o desenvolvimento de diversas doenças, incluindo o câncer.

O Impacto do Microbioma Intestinal e a Dieta

Outro fator que tem ganhado destaque nos estudos sobre o câncer de intestino é o papel do microbioma intestinal, ou seja, as bactérias que vivem no nosso intestino. Uma dieta rica em alimentos processados pode desestabilizar o equilíbrio dessas bactérias, favorecendo o crescimento de micróbios prejudiciais e reduzindo os benéficos, o que pode aumentar a chance de desenvolvimento do câncer de intestino. Isso é especialmente preocupante em pessoas jovens, que são mais vulneráveis a esse desequilíbrio devido a seus hábitos alimentares.

Diagnóstico Precoce e Aumento de Casos em Jovens

Infelizmente, o câncer de intestino em pessoas com menos de 50 anos geralmente é diagnosticado em estágios mais avançados. Isso ocorre, em parte, porque as triagens para detecção precoce da doença são voltadas para indivíduos acima dessa idade. Além disso, muitos jovens e até mesmo seus médicos não estão suficientemente cientes dos sinais e sintomas iniciais do câncer de intestino, como dor abdominal, mudanças nos hábitos intestinais e sangue nas fezes.

Porém, o diagnóstico precoce é fundamental para melhorar as chances de tratamento e cura. Portanto, é crucial que qualquer sintoma relacionado ao intestino, mesmo que leve, seja investigado, principalmente se houver histórico familiar da doença.

O Que Podemos Fazer Para Prevenir?

O recado não poderia ser mais claro: os hábitos de vida têm um impacto enorme sobre a nossa saúde e são um dos principais responsáveis pelo aumento dos casos de câncer de intestino. A boa notícia é que muitos desses fatores de risco são evitáveis.

Uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras e fibras, aliada à prática regular de atividades físicas, pode diminuir consideravelmente o risco de desenvolver a doença. Evitar o consumo excessivo de álcool, reduzir a ingestão de carnes vermelhas e processadas, parar de fumar e manter um peso saudável são atitudes que ajudam a prevenir o câncer de intestino e outras doenças relacionadas.

O câncer de intestino pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, mas com conscientização e mudanças no estilo de vida, podemos, sim, diminuir o impacto dessa doença nas gerações futuras.

Cuide-se, tenha uma alimentação saudável e, se notar qualquer sintoma estranho, procure um médico. O diagnóstico precoce pode salvar vidas!

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