Depois de um longo período de silêncio, o Conselho Estadual dos Direitos dos Povos Originários voltou a pulsar em Mato Grosso do Sul. A reativação foi oficializada na quinta-feira, dia 24, em uma cerimônia simbólica e cheia de significado no auditório da Secretaria de Estado da Cidadania, em Campo Grande. Agora, representantes das oito etnias indígenas reconhecidas pela Funai passam a ter voz direta para levar suas demandas e construir políticas públicas de verdade.
Fernando Souza, subsecretário de Políticas Públicas para Povos Originários, destacou a importância histórica do momento. Vindo do movimento indígena, ele sabe bem a necessidade de criar canais reais de diálogo entre os povos originários e os governos municipal, estadual e federal. “Mato Grosso do Sul tem a terceira maior população indígena do Brasil. Era fundamental retomar este espaço de participação para garantir que a voz dos povos fosse ouvida de fato”, declarou Fernando.
O Conselho não só foi reativado como passou por mudanças profundas. A começar pelo nome, que agora deixa de ser Conselho dos Direitos Indígenas para se tornar Conselho Estadual dos Direitos dos Povos Originários. A nova formatação também respeita a paridade: metade dos conselheiros vêm do governo e a outra metade da sociedade civil organizada, o que inclui lideranças, mulheres, jovens, idosos, acadêmicos e professores indígenas.
Fernando reforçou que a participação de representantes regionais é o que dará força às propostas que vão surgir dali. “Quem está na base sabe das reais necessidades. Nosso objetivo é construir políticas públicas fortes, estruturantes e que garantam cidadania de verdade”, afirmou.
Uma das novas caras desse Conselho é Talita Vilharva Cáceres, jovem liderança de 27 anos da Aty Guassu, a Assembleia do Povo Guarani Kaiowá. Ao tomar posse, Talita emocionou ao falar sobre a importância da sua presença ali. “É um sonho realizado. Poder trazer as necessidades dos jovens e da comunidade para dentro deste espaço é uma oportunidade que carrego com muito orgulho”, disse.
A secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza, também marcou presença e destacou que a reativação do Conselho cumpre um compromisso do plano de governo de Eduardo Riedel. Para ela, políticas públicas só são eficientes se forem pensadas junto com quem mais precisa delas. “A volta do Conselho mostra o respeito do governo com todas as comunidades indígenas do nosso Estado. Hoje é um dia histórico que inicia um novo ciclo de trabalho conjunto entre governo, etnias e todas as secretarias”, afirmou Viviane.
O Conselho Estadual dos Direitos dos Povos Originários é mais que um espaço de debate. É um órgão oficial de deliberação coletiva, com poder de propor e acompanhar políticas públicas para os povos indígenas. Sua missão é clara: garantir respeito, promover inserção social e defender os interesses das comunidades originárias em Mato Grosso do Sul.
Com a retomada desse espaço, o Estado dá um passo importante na valorização da diversidade cultural e na construção de um futuro mais justo para todos os povos que fazem parte da sua história.
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