Ana Hickmann, aos 44 anos, resolveu abrir o jogo sobre algo que muita gente ainda não entende direito. A apresentadora contou que convive há anos com o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, conhecido como TDAH, e que segue em tratamento desde que começou a trabalhar na televisão. O desabafo veio depois de uma crítica nas redes sociais, onde um seguidor sugeriu que ela procurasse um fonoaudiólogo por “se enrolar para falar”.
A resposta de Ana foi direta, mas cheia de sinceridade. “Juro que não sei se essa pergunta foi uma crítica construtiva ou só alguém querendo me alfinetar. Se enrolo para falar? Não enrolo, colega. O que tenho é TDAH, diagnosticada há muitos anos. Faço tratamento e faço fono desde que entrei na Record”, contou ela, sem rodeios.
O que parecia apenas um comentário bobo acabou virando uma grande discussão sobre empatia e sobre o que é, de fato, viver com TDAH. Mesmo sendo muito associado às crianças, o transtorno pode continuar na fase adulta e atrapalhar a rotina, o trabalho e até as relações pessoais de quem convive com ele.
O transtorno que vai além da infância
O TDAH é um transtorno neurobiológico de origem genética, segundo o Ministério da Saúde. Os sintomas mais comuns são desatenção, impulsividade e hiperatividade. Ele geralmente aparece ainda na infância, mas em mais da metade dos casos segue ativo na vida adulta, mesmo que com outros sinais.
Nos adultos, o que mais aparece é a dificuldade para manter o foco, esquecer compromissos, mudar de tarefa o tempo todo, agitação, impaciência e um sentimento constante de bagunça na cabeça. Muita gente confunde isso com preguiça, falta de interesse ou até irresponsabilidade, mas não é nada disso. É uma condição que precisa de atenção, diagnóstico correto e tratamento.
A dificuldade está, muitas vezes, em identificar os sintomas. Muitos adultos só descobrem que têm o transtorno depois de grandes dificuldades no trabalho, nos estudos ou em casa. E isso pode trazer sofrimento, frustração e, em casos mais graves, problemas emocionais como ansiedade e depressão.
Diagnóstico, tratamento e acolhimento
Para diagnosticar o TDAH, o ideal é procurar um neurologista, psiquiatra ou psicólogo especializado. O processo inclui entrevistas, questionários e uma análise completa da história de vida da pessoa, inclusive da infância. O tratamento costuma combinar medicamentos, terapia e apoio de profissionais como fonoaudiólogos e psicopedagogos.
Ana Hickmann, ao contar sua história, reforçou a importância de olhar com mais cuidado para o outro. “Quando a gente quer ajudar, tem palavras certas para usar. Às vezes, uma frase pode machucar. Eu mesma não ligo, mas resolvi responder porque achei que era um bom momento para alertar. As pessoas precisam pensar antes de escrever para não parecer grosseiro.”
O impacto do julgamento
O caso de Ana mostrou como o julgamento apressado ainda machuca quem vive com o transtorno. Nas redes sociais, não é raro ver pessoas sendo criticadas por esquecerem coisas, se enrolarem na fala ou parecerem distraídas. Mas por trás disso pode estar alguém que luta todos os dias para dar conta de tudo, mesmo com as dificuldades.
Falar sobre isso, como Ana fez, ajuda a quebrar o preconceito e a informar melhor quem não conhece o transtorno. Afinal, viver com TDAH não é fácil, mas com apoio, tratamento e empatia, é possível levar uma vida plena, produtiva e feliz.
Se você se identificou com os sintomas ou conhece alguém que passa por isso, vale a pena buscar orientação médica. O diagnóstico certo pode mudar muita coisa na sua vida.
#tdah #anahickmann #saudemental #empatia #respeito #diagnostico #vidareal #transtornodeatencao #psicologia #autoconhecimento #redeesocial #informacaoevida