Mato Grosso do Sul, 24 de maio de 2025
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Mulher é presa após matar homem com facada durante suposta tentativa de estupro em Dourados

Clarice Rodrigues Martins, grávida e com histórico de distúrbios mentais, disse que queria apenas assustar Felipe Gonçalves, mas acabou causando sua morte
Clarice no momento em que foi presa pela Polícia Militar (Foto: Leandro Holsback)
Clarice no momento em que foi presa pela Polícia Militar (Foto: Leandro Holsback)

Um crime trágico e cercado de complexidades emocionais e legais ocorreu na noite desta sexta-feira, 23 de maio, no município de Dourados, localizado a 251 quilômetros de Campo Grande, no estado de Mato Grosso do Sul. A jovem Clarice Rodrigues Martins, de 26 anos, foi presa em flagrante após matar com uma facada no peito Felipe Gonçalves, de 37 anos. Segundo a acusada, sua ação foi motivada por uma tentativa de estupro, o que, de acordo com seu relato, justificaria sua reação como um ato de legítima defesa.

O homicídio foi registrado na Rua Independência, no bairro Jardim Itália, e mobilizou rapidamente as forças de segurança locais. Clarice relatou em depoimento à polícia que havia sido convidada por Felipe para ir até a residência dele. No entanto, segundo sua versão dos fatos, ao chegar ao imóvel, o homem teria tentado forçá-la sexualmente. Diante da situação, Clarice afirmou que pegou uma faca e golpeou Felipe no tórax com o intuito de cessar a agressão.

“Ele tentou me estuprar, então eu peguei uma faca e dei uma facada nele”, relatou Clarice às autoridades. Em sua defesa, acrescentou que não tinha a intenção de matar, mas apenas de se livrar do ataque. “Queria só assustar para ele sair de cima de mim”, explicou.

Clarice revelou ainda que está grávida de três meses e enfrenta sérios problemas de saúde mental. Conforme relatou aos investigadores, ela sofre de distúrbios psicológicos, faz uso contínuo de medicamentos controlados e, há cerca de dois meses, iniciou o consumo de crack. Esses fatores agravam a complexidade do caso, que agora envolve não apenas questões criminais, mas também aspectos relacionados à saúde pública e ao acompanhamento social.

As primeiras informações coletadas pela Polícia Civil indicam que o crime teria ocorrido após uma suposta discussão envolvendo o uso de drogas. Testemunhas relataram aos policiais que viram Clarice e Felipe discutindo intensamente no local pouco antes do crime. Em determinado momento, Clarice desferiu a facada que atingiu a região torácica da vítima, causando uma lesão fatal.

Após o ataque, Clarice fugiu a pé pelas ruas do bairro, mas foi localizada minutos depois por uma equipe da Polícia Militar, que a encontrou no cruzamento das ruas Riachuelo e Romã. No momento da abordagem, ela ainda segurava a faca utilizada no homicídio e confessou espontaneamente aos policiais a autoria do crime, reiterando que agiu em legítima defesa.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para socorrer Felipe Gonçalves. No entanto, quando os socorristas chegaram ao local, ele já havia falecido em decorrência da perfuração no tórax. O corpo foi recolhido pela equipe funerária e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para os procedimentos legais e exames cadavéricos.

A Polícia Científica também esteve na cena do crime para realizar a perícia, recolhendo a faca como elemento probatório e colhendo evidências que possam elucidar os detalhes sobre a dinâmica dos fatos. A Delegacia de Polícia de Dourados conduz as investigações, que buscam esclarecer as circunstâncias exatas do homicídio e verificar a veracidade da alegada tentativa de estupro.

Clarice Rodrigues Martins permanece detida e à disposição da Justiça. Seu futuro jurídico dependerá não apenas da análise dos fatos objetivos e das provas técnicas, mas também de uma avaliação sobre seu estado psicológico, seu histórico de saúde mental e sua atual condição de gestante.

O caso chama a atenção da sociedade pela complexidade que envolve violência, vulnerabilidade social, dependência química e saúde mental, fatores que frequentemente se entrelaçam em episódios trágicos como este. As investigações prosseguem e, paralelamente, entidades de assistência social e saúde poderão ser acionadas para avaliar a situação de Clarice, principalmente em função da gestação e do uso de substâncias ilícitas.

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