Mato Grosso do Sul, 18 de junho de 2025
Campo Grande/MS
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PIB do Brasil cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025 impulsionado pela agropecuária e registra avanço generalizado

Com safra recorde de soja, agropecuária lidera crescimento do PIB e consolida recuperação da economia brasileira diante de desafios setoriais

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou crescimento de 1,4% na passagem do quarto trimestre de 2024 para o primeiro trimestre de 2025, impulsionado principalmente pelo desempenho expressivo da agropecuária, que registrou alta de 12,2%. O setor de serviços também contribuiu positivamente, com avanço de 0,3%, enquanto a indústria teve variação negativa de 0,1%, caracterizando-se como estabilidade. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 30 de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais.

Em termos interanuais, ou seja, em comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, configurando a décima sétima taxa positiva consecutiva nesse tipo de comparação. No acumulado dos últimos quatro trimestres, houve elevação de 3,5%. Em valores correntes, a economia nacional gerou R$ 3 trilhões, sendo R$ 2,6 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 431,1 bilhões oriundos dos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, destacou que o resultado da agropecuária reflete condições climáticas favoráveis e uma base de comparação baixa, em função do desempenho modesto registrado no mesmo período do ano anterior. “É esperada uma safra recorde de soja, nosso produto agrícola mais importante”, afirmou a pesquisadora.

No setor de serviços, que representa aproximadamente 70% da economia nacional, observaram-se avanços em diversas atividades: Informação e comunicação cresceu 3%; Outras atividades de serviços, 0,8%; Atividades imobiliárias, 0,8%; Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social, 0,6%; e Comércio, 0,3%. As Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados permaneceram praticamente estáveis, com leve alta de 0,1%, enquanto Transporte, armazenagem e correio apresentou queda de 0,6%.

Segundo Rebeca Palis, o grande destaque no setor de serviços foi a atividade de Serviços de Informação e Comunicação, especialmente impulsionada pela crescente demanda por internet e pelo desenvolvimento de sistemas. “Essa atividade cresceu mais de 38% desde a pandemia”, ressaltou.

No segmento industrial, que corresponde a aproximadamente 25% do valor adicionado da economia, houve desempenho positivo em Eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos, com crescimento de 1,5%, e nas Indústrias extrativas, que avançaram 2,1%. Contudo, indústrias de transformação e construção registraram retração de 1% e 0,8%, respectivamente, frente ao trimestre anterior. Rebeca Palis atribui esses resultados aos efeitos da política monetária restritiva que impacta o setor industrial negativamente.

Pela ótica da demanda, observou-se expansão na Despesa de Consumo das Famílias, que subiu 1%, e na Formação Bruta de Capital Fixo, com avanço de 3,1%, indicando aumento nos investimentos produtivos. A Despesa de Consumo do Governo, por sua vez, manteve-se praticamente estável, com elevação de apenas 0,1%.

No que tange ao setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram crescimento de 2,9% em relação ao quarto trimestre de 2024, enquanto as Importações de Bens e Serviços aumentaram 5,9% no mesmo período.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, a agropecuária se destacou novamente, com crescimento de 10,2%. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), divulgado em maio, culturas com safra relevante no início do ano, como soja, milho, arroz e fumo, tiveram desempenho expressivo, impulsionado por condições climáticas favoráveis. Entre as principais altas, destacam-se soja (13,3%), milho (11,8%), arroz (12,2%) e fumo (25,2%).

A indústria também avançou 2,4% na comparação interanual, com destaque para a Construção, que cresceu 3,4%, alcançando sua sexta alta consecutiva, apoiada pelo aumento da ocupação e pela produção de insumos típicos do setor. A Indústria de Transformação registrou incremento de 2,8%, especialmente em segmentos como máquinas e equipamentos, metalurgia e produtos químicos e farmacêuticos.

A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos cresceu 1,6%, sustentada pelo aumento do consumo residencial. As Indústrias extrativas registraram estabilidade, com leve variação positiva de 0,2%, resultado da elevação na extração de petróleo e gás, parcialmente compensada pela retração na extração de minério de ferro.

No setor de serviços, verificou-se crescimento generalizado de 2,1% em relação ao mesmo período de 2024. As maiores expansões ocorreram em Informação e comunicação (6,9%), Atividades imobiliárias (2,8%), Outras atividades de serviços (2,5%), Comércio (2,1%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,1%), Transporte, armazenagem e correio (1,1%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%).

O Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT), responsável pela apuração dos dados, apresenta trimestralmente os valores correntes e índices de volume para o PIB a preços de mercado, bem como para componentes como impostos sobre produtos, valor adicionado a preços básicos, consumo pessoal, consumo do governo, formação bruta de capital fixo, variação de estoques, exportações e importações de bens e serviços. O SCNT foi implementado no IBGE em 1988 e reestruturado em 1998, integrando-se ao Sistema de Contas Nacionais de periodicidade anual. A próxima divulgação, referente ao segundo trimestre de 2025, está programada para o dia 2 de setembro.

O desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre de 2025 evidencia a força do setor agropecuário e a resiliência dos serviços, apesar dos desafios enfrentados pela indústria. O cenário sugere perspectivas positivas para o restante do ano, especialmente se mantidas as condições climáticas favoráveis e a gradual retomada da atividade industrial.

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