A fronteira entre o Paraguai e o Brasil, especificamente entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, voltou a ser palco de uma operação policial de grande envergadura, que expôs a complexa estrutura do tráfico internacional de drogas na região. O alvo principal, Marciano Denis Torales, de 54 anos, apontado como líder de uma quadrilha responsável pelo envio de grandes cargas de cocaína para a Europa, permanece foragido após a deflagração da Operação Sarambí, realizada no último sábado (7).
O Ministério Público paraguaio descreve Torales como um dos principais articuladores do esquema criminoso que movimenta toneladas de droga pela rota que atravessa Mato Grosso do Sul, aproveitando a proximidade geográfica e a fragilidade da fiscalização nas áreas de fronteira. A operação Sarambí, desencadeada simultaneamente nos departamentos de Amambay, San Pedro e Concepción, resultou na prisão de três integrantes da organização criminosa, mas o líder principal conseguiu escapar.
Durante a ação, a juíza Lici Sánchez decretou a prisão preventiva de Marciano Torales e de outros três suspeitos, que foram capturados e encaminhados ao Presídio de Tacumbú, em Assunção, capital do Paraguai. Entre os detidos estão Miguel Victor Sanabria Ferreira, Francisco Mancuello Duré e Luis Fernando Nara Aguirre. No entanto, outros oito membros da quadrilha também foram denunciados pela promotora de Justiça Pamela Pérez e continuam foragidos, entre eles Anderson Milciades Denis Colmán, Fernando Molina Martins e Gabriel Antonio Benítez Aguilera, todos com nacionalidade paraguaia.
A acusação contra Torales envolve tráfico internacional de drogas, participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e violação à legislação sobre armas, reforçando a gravidade e o alcance das atividades ilícitas. As investigações apontam que o grupo utilizava aviões para transportar a cocaína, aproveitando corredores aéreos e rotas clandestinas que cruzam o território do Mato Grosso do Sul para chegar até portos e aeroportos internacionais, de onde a droga seguia rumo à Europa.
Em uma das propriedades ligadas ao líder da quadrilha, a polícia apreendeu um arsenal considerável de armas, evidenciando o grau de armamento e a preparação da organização para enfrentar ações policiais. O confronto entre as forças de segurança e as quadrilhas tem sido frequente na região, marcada por uma disputa intensa pelo controle do tráfico de entorpecentes e outras atividades criminosas.
O Mato Grosso do Sul tem se consolidado como ponto estratégico para o narcotráfico devido à sua extensa fronteira seca e à proximidade de importantes centros logísticos. O crime organizado tem explorado essa condição para estabelecer rotas de passagem e distribuição que contornam as fiscalizações tradicionais, dificultando a repressão e aumentando o risco de violência.
A operação Sarambí reforça a necessidade de cooperação entre os órgãos de segurança dos dois países, bem como a ampliação das ações de inteligência e controle nas regiões de fronteira. O combate ao tráfico exige esforço conjunto para desarticular as redes criminosas que se aproveitam das vulnerabilidades locais para expandir suas operações.
A polícia paraguaia segue mobilizada em busca de Marciano Denis Torales e dos demais foragidos, enquanto as autoridades brasileiras intensificam o monitoramento das rotas e reforçam a presença policial em pontos críticos do Mato Grosso do Sul. A expectativa é que novas ações conjuntas contribuam para desmantelar de vez esse esquema que ameaça a segurança e a ordem pública da região.
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