Mato Grosso do Sul, 3 de julho de 2025
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Lula reafirma defesa da justiça tributária e critica desigualdade na cobrança de impostos

Presidente ressalta que ajuste fiscal deve ser feito sem comprometer saúde, educação e programas sociais, e aponta resistência de setores privilegiados à contribuição equitativa
Imagem - Marcelo Camargo
Imagem - Marcelo Camargo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou nesta quarta-feira, em entrevista à TV Bahia, o compromisso do Governo Federal com a construção de uma política fiscal mais justa, centrada no princípio da equidade e na distribuição equilibrada do peso tributário entre todas as camadas da sociedade. Lula reiterou que a política econômica de sua gestão não sacrificará os investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e valorização do salário mínimo, em nome de metas fiscais rígidas que penalizem a população mais vulnerável.

Em tom firme, Lula criticou a atual lógica de isenções e benefícios que, segundo ele, concentra privilégios em setores com maior capacidade econômica. O presidente destacou que o foco de sua política tributária é justamente reduzir o peso que tradicionalmente recai sobre os trabalhadores e os mais pobres, corrigindo distorções que atravessam décadas no sistema brasileiro.

“O governo brasileiro tem o direito de propor o IOF, sim, e não estamos propondo aumento de imposto. Estamos fazendo um ajuste tributário para que os mais ricos paguem um pouco, para que a gente não precise cortar dinheiro da educação ou da saúde”, afirmou. O comentário faz referência ao decreto enviado pelo Governo ao Congresso, com ajustes no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com foco em operações de alto valor, especialmente em setores como fintechs e casas de apostas. A proposta, no entanto, foi barrada por deputados e senadores, motivando o ingresso do Governo com uma ação no Supremo Tribunal Federal.

Preservar conquistas sociais e corrigir desigualdades

Durante a entrevista, o presidente fez questão de reforçar que sua gestão trabalha para garantir a manutenção dos avanços sociais conquistados nos últimos anos. Ele lembrou que programas como a valorização do salário mínimo e a ampliação dos investimentos em saúde e educação não são negociáveis, mesmo diante de pressões do mercado ou de setores empresariais.

“Eles querem que eu corte benefício? Que eu não dê aumento do salário mínimo? Não. Nós precisamos trabalhar para levar o país a ser um país de padrão de classe média”, disse Lula, em clara referência aos interesses corporativos que, segundo ele, resistem a mudanças que possam afetar seus lucros e benefícios fiscais.

O presidente também defendeu a proposta de revisão do Imposto de Renda, já em tramitação no Congresso, que isenta integralmente da cobrança aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês. A medida, segundo Lula, dialoga com sua visão de país mais equilibrado, no qual a carga tributária não se torne um fator de exclusão.

R$ 860 bilhões em isenções: o centro do debate

Um dos pontos centrais das críticas do presidente está na magnitude dos valores que o país deixa de arrecadar por meio de renúncias fiscais. Segundo dados apresentados por ele, são mais de R$ 860 bilhões em isenções e desonerações, muitas das quais sem critérios de retorno social ou transparência.

“Temos que cortar em quem tem gordura, fazer uma bariátrica em quem tem gordura. Ele vai continuar rico, vai continuar com benefícios. Mas não é justo pedir sacrifício de quem já vive no limite”, disse, ao defender uma proposta de corte linear de 10% sobre esses benefícios.

Lula voltou a afirmar que o Governo está disposto ao diálogo com o Congresso Nacional e que buscará entendimento com os presidentes das duas Casas Legislativas assim que retornar de suas agendas internacionais, incluindo a Cúpula do MERCOSUL, em Buenos Aires, e a do BRICS, no Rio de Janeiro.

Independência e respeito ao pacto democrático

Ainda na entrevista, o presidente destacou o papel do Poder Judiciário como mediador legítimo nos embates institucionais. “Se eu não entrar com recurso no Poder Judiciário, se não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país. O Congresso legisla e eu governo”, afirmou, numa alusão direta ao equilíbrio de poderes previsto pela Constituição Federal.

Ao encerrar sua participação no programa, Lula fez uma analogia histórica para destacar os momentos de maior inclusão social da história brasileira. “Esse país teve dois momentos históricos de inclusão social. Teve o Getúlio Vargas, que fez a consolidação da lei do trabalho, e o nosso governo, que mostrou que é possível crescer com inclusão”, disse.

Cenário econômico favorável e otimismo com o futuro

O presidente também celebrou os recentes resultados da economia brasileira. Com o menor índice de desemprego da série histórica — 6,2% no trimestre encerrado em maio — e mais de um milhão de empregos com carteira assinada criados apenas nos cinco primeiros meses do ano, Lula afirmou que o Brasil atravessa um ciclo de recuperação sólida.

O crescimento do PIB acima de 3% nos dois primeiros anos de governo e a recente valorização do real frente ao dólar foram apontados como sinais de confiança do mercado e reflexo de políticas públicas consistentes.

Com isso, Lula reiterou que a justiça tributária não é apenas uma bandeira fiscal, mas um passo decisivo para construir um Brasil mais igualitário e com oportunidades reais para todos. Um país, como diz o presidente, “com padrão de classe média, onde o acesso à educação, à saúde e à dignidade não seja privilégio, mas direito garantido”.

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