O sábado, 5 de julho, ganhou tom de protagonismo no calendário da saúde pública brasileira com o lançamento do mutirão “Agora Tem Especialistas”. Promovida pelo Governo Federal por meio do Ministério da Educação, do Ministério da Saúde e da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), a iniciativa visa acelerar o atendimento no Sistema Único de Saúde, reduzindo o tempo de espera e promovendo inclusão terapêutica por meio da rede de hospitais universitários, a maior do hemisfério sul. A expectativa é de 1 088 cirurgias, 7 902 exames ou procedimentos e 1 342 consultas, distribuídas entre 45 unidades federais do país.
O projeto foi anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à Rede Globo, em 2 de julho, quando destacou a força da rede de hospitais universitários públicos. “Todos os hospitais universitários vão se dedicar para fazer cirurgias no povo brasileiro”, afirmou o mandatário. O mutirão faz parte do Ebserh em Ação 2025 e engloba especialidades como oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher. O ministro da Educação, Camilo Santana, que também é do projeto, ressaltou a capacidade instalada da rede: 87 mil profissionais da saúde, 55 mil alunos de graduação e mais de 10 mil médicos residentes.
Para participar, o paciente deve já estar cadastrado nos hospitais universitários ou ser encaminhado pela regulação municipal. Em 2025, já ocorreram 166 mutirões pelo país. O ministro afirma que a taxa de atendimentos aumentou 17% desde março e que a meta é alcançar 40% ainda neste ano. Alexandre Padilha, ministro da Saúde, enfatizou a abrangência da ação. “Este será o mais diverso já realizado nacionalmente na história do SUS”, disse, incluindo a participação de hospitais, clínicas e prestadores de serviço habilitados a partir de convocatória aberta no dia 2 de julho.
Hospitais universitários participantes e volume de atendimentos
A seguir, a lista das 45 unidades federais que integram o mutirão, com o número de cirurgias, exames e consultas programados:
UF | Hospital | Cirurgias | Exames/Procedimentos | Consultas |
---|---|---|---|---|
AL | HUFT‑UFAL | 16 | 408 | 80 |
AM | HUGV‑UFAM | 33 | 1 450 | 178 |
AP | HPU‑Unifap | 0 | 130 | 220 |
BA | HUPES‑UFBA | 52 | 350 | 87 |
BA | MCO‑UFBA | 0 | 263 | 145 |
CE | HUWC‑UFC | 50 | 167 | 1 022 |
CE | CEMEAC‑UFC | 0 | 160 | 387 |
DF | HUB‑UnB | 216 | 0 | 818 |
ES | HUCAM‑UFES | 19 | 113 | 60 |
GO | HC‑UFG | 42 | 194 | 236 |
MA | HU‑UFMA | 133 | 265 | 302 |
MG | HC‑UFTM | 68 | 170 | 1 203 |
MG | HC‑UFU | 43 | 300 | 343 |
MG | HCU‑UFJF | 13 | 26 | 327 |
MG | HC‑UFMG | 12 | 100 | 1 128 |
MS | HU‑UFGD | 21 | 142 | 156 |
MS | HUMAP‑UFMS | 20 | 149 | 169 |
MT | HUJM‑UFMT | 10 | 175 | 526 |
PA | HUBFS‑UFPA | 212 | 312 | 605 |
PA | HUJBB‑UFPA | 17 | 32 | 340 |
PB | HUJB‑UFCG | 2 | 100 | 21 |
PB | HUAC‑UFCG | 2 | 0 | 22 |
PB | HULW‑UFPB | 155 | 0 | 65 |
PE | HU‑Univasf | 29 | 400 | 69 |
PE | HC‑UFPE | 16 | 106 | 122 |
PI | HU‑UFPI | 6 | 222 | 734 |
PR | CHC‑UFPR | 44 | 165 | 209 |
RJ | HUCFF‑UFRJ | 39 | 0 | 39 |
RJ | HUAP‑UFF | 18 | 8 | 100 |
RJ | HUGG‑Unirio | 15 | 0 | 15 |
RJ | IPPMG‑UFRJ | 10 | 0 | 10 |
RJ | ME‑UFRJ | 5 | 0 | 108 |
RN | HUOL‑UFRN | 42 | 700 | 112 |
RN | HUAB‑UFRN | 30 | 102 | 361 |
RN | MEJC‑UFRN | 16 | 0 | 167 |
RS | HUSM‑UFSM | 162 | 327 | 666 |
RS | HC‑UFPel | 41 | 58 | 162 |
RS | HU‑Furg | 256 | 0 | 853 |
SC | HU‑UFSC | 162 | 544 | 274 |
SE | HU‑UFS | 186 | 70 | 85 |
SE | HUL‑UFS | 146 | 0 | 74 |
SP | HU‑UFSCar | 201 | 277 | 622 |
TO | HDT‑UFT | 0 | 255 | 75 |
Total | 1 088 | 7 902 | 1 342 |
Impactos esperados e desdobramentos futuros
A iniciativa tem múltiplos benefícios. Além de acelerar o acesso a procedimentos atrasados — muitos aguardados há meses nas filas do SUS — o mutirão oferece estágio prático aos estudantes de graduação e residência médica, sob supervisão de equipes docentes. Camilo Santana afirmou que essa articulação elevou em 17 % o número de atendimentos entre março e julho e estabeleceu meta de 40 % até o fim do ano, conferindo aos hospitais universitários reconhecimento como “100% SUS”. Alexandre Padilha reforçou que a diversidade da oferta torna este mutirão histórico, o mais abrangente já realizado no Brasil.
Em paralelo, o programa “Agora Tem Especialistas” ampliou seu escopo com credenciamento de hospitais, clínicas e empresas para atuação complementar a partir de agosto, especialmente em finais de semana e turnos estendidos. Esse modelo busca criar uma agenda contínua de atenção especializada, reforçando a capacidade de resposta do SUS.
Os mutirões seguintes deverão seguir calendário alinhado às metas de ampliação de cobertura e aprimoramento da qualidade assistencial. Enquanto isso, milhares de pacientes aguardam por consultas e exames em todo o país, especialmente nas áreas de alta demanda como oncologia, cardiologia, oftalmologia e ortopedia.
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