Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025
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Quem está ganhando as eleições nos EUA? Kamala e Trump: disputa acirrada em estados decisivos, diz pesquisa

Eleitores que decidiram em quem votar recentemente parecem optar pela candidata democrata, mas ex-presidente republicano melhorou sua posição na Pensilvânia

Tudo indica que a corrida presidencial nos Estados Unidos está se encaminhando para um final acirrado. O último conjunto de pesquisas do New York Times e do Siena College mostra a vice-presidente Kamala Harris ganhando força na Carolina do Norte e na Geórgia, enquanto o ex-presidente Donald Trump reduz sua vantagem na Pensilvânia e mantém a liderança no Arizona.

Como nos EUA o esquema de votação é indireto, o presidente é eleito por meio do Colégio Eleitoral. Ou seja, no país, os cidadãos votam em delegados que posteriormente elegem de fato o presidente. O número de delegados varia de acordo com o estado, sendo proporcional ao tamanho da população. Na maioria deles, a regra que predomina é a chamada “o vencedor leva tudo”: o candidato mais votado pelos eleitores de um estado leva o voto de todos os delegados. As únicas exceções são Maine e Nebraska, que dividem os delegados por distrito.

Uma vez que a maioria dos estados já têm a predominância de um partido, com votos historicamente sempre direcionados aos democratas ou aos republicanos, o que estará em disputa no Dia da Eleição é o voto dos estados que variaram de sigla nas últimas eleições, conhecidos como swing states (ou estados-pêndulo). Os sete estados-pêndulos correspondem a 93 dos 538 delegados em disputa. Para vencer, é preciso obter 270 delegados, isto é, maioria simples do total. Hoje, Kamala tem o apoio de 226 e Trump, 219.

Há décadas as pesquisas não indicavam uma corrida presidencial tão apertada em tantos estados americanos, tanto no Cinturão do Sol (estados localizados ao sul e oeste do país e marcados por rápido crescimento econômico e diversidade étnica) quanto no Cinturão da Ferrugem (no Meio-Oeste e nordeste do país, região que sofre com o declínio industrial). Esse cenário acirrado torna a corrida altamente incerta, com os próprios assessores de Trump admitindo que não fazem ideia de qual será o resultado do pleito.

As pesquisas mostram que Kamala está ligeiramente à frente em Nevada, Carolina do Norte e Wisconsin, enquanto Trump lidera no Arizona. Os dois estão empatados em disputas em Michigan, Geórgia e Pensilvânia. Os resultados em todos os sete estados, porém, estão dentro da margem de erro — o que significa que, na prática, nenhum dos candidatos tem uma liderança definitiva. Em uma corrida eleitoral tão acirrada, mesmo um pequeno erro sistêmico nas pesquisas pode decidir o resultado.

Há sinais, no entanto, de que os eleitores que decidiram seu voto tardiamente estão mais inclinados a votar na vice-presidente. Entre os 8% dos eleitores que disseram que tomaram sua decisão recentemente, ela lidera com 55% contra 44%. Com o Dia da Eleição se aproximando, 11% dos eleitores permanecem indecisos, uma queda em relação aos 16% de cerca de um mês atrás. As pesquisas ocorrem enquanto mais de 70 milhões de americanos já votaram, de acordo com o Laboratório de Eleições da Universidade da Flórida.

Competição acirrada

Trump tem ganhado terreno na Pensilvânia, onde Kamala tinha uma vantagem de quatro pontos percentuais em todas as pesquisas anteriores do Times/Siena desde que ela entrou na corrida. A disputa agora está empatada, indicando uma competição cada vez mais acirrada no estado, que, segundo estrategistas de ambas as campanhas, poderia decidir a eleição. O único estado onde a pesquisa indicou vantagem para Trump entre as pessoas que votaram antecipadamente é o Arizona. Lá, 46% dos eleitores disseram já ter votado. Desses, o republicano aparece na frente com 50% a 46%.

As pesquisas também revelam uma mudança nas questões que estão sendo priorizadas pelos eleitores na reta final da disputa. A economia ainda é a principal preocupação, mas em estados como Wisconsin, onde Kamala tem mantido uma vantagem consistente, o aborto agora quase iguala a economia como a questão mais importante para os eleitores. E no Arizona, onde Trump lidera, a imigração continua a crescer como uma questão crucial que influencia as escolhas dos americanos.

Os dados também mostram que o candidato republicano tem conseguido manter o núcleo da coalizão que o apoiou em suas duas candidaturas presidenciais anteriores: eleitores brancos que não frequentaram a faculdade e homens. Ele ainda expandiu seu apoio entre eleitores mais jovens e não brancos, superando sua parcela de votos no Arizona e em Michigan, estados em que ele não venceu na última eleição.

Kamala, por sua vez, tem tido um desempenho inferior em relação à performance do presidente Joe Biden no pleito de 2020 entre eleitores mais jovens, negros e latinos. Mas ela melhorou em relação aos números dele com esses grupos desde que entrou na disputa deste ano. A vice-presidente também é vista como favorita entre as mulheres, que, assim como os eleitores mais jovens, passaram a ver a questão do aborto como a mais importante.

Kamala e Trump na reta final

Kamala e Trump intensificaram seus comícios neste domingo nos estados-pêndulo, uma tentativa de conquistar votos a dois dias da eleição. No programa “Saturday Night Live”, a vice-presidente e candidata democrata sentou-se frente a frente com a comediante que a interpreta, Maya Rudolph, em uma penteadeira, como se estivessem se olhando no espelho. A democrata não interpretou nenhum papel, apenas “conversou com ela mesma” durante a performance, que arrancou risadas e aplausos da plateia.

O republicano irá neste domingo à Pensilvânia, à Carolina do Norte (que já visitou duas vezes no sábado) e à Geórgia. Já a ex-procuradora apostará tudo no Michigan. Embora Trump seja o primeiro ex-presidente condenado por um crime e com quatro acusações pendentes, seus comícios são lotados e seus apoiadores parecem perdoá-lo por tudo. Kamala, por sua vez, também enche salas com simpatizantes que gritam “Não vamos voltar atrás” e “Sim, nós podemos”, um slogan emprestado de seu apoiador, o ex-presidente Barack Obama.

A vice-presidente pede que as pessoas “virem a página” de Trump, a quem define como uma pessoa “instável, obcecada pela vingança, consumida pelo ressentimento e em busca de poder descontrolado”. Ele, por sua vez, acusa Kamala de ter “QI baixo” e de ser “incompetente”. Sua oposição ao politicamente correto e a sua retórica anti-imigrante têm sido o centro da campanha republicana. Na reta final, aumentam os temores de um possível surto de violência caso Trump perca e se recuse a reconhecer sua derrota, como fez em 2020.

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