Mato Grosso do Sul, 10 de maio de 2025
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Banco do Brasil foi prejudicado por venda de sentenças em R$ 178 Milhões em MS; aponta Polícia Federal

De acordo com a PF, há “fortes indícios de venda da decisão”, principalmente por causa da presença de Divoncir Schereiner Maran e Marcos José de Brito Rodrigues, no júri
Foto: Divulgação
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Cinco desembargadores foram afastados do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) . A Operação Ultima Ratio investiga suspeitos de envolvimento em esquema de venda de sentenças. 

Banco do Brasil (BB) foi um dos mais prejudicados por essas decisões. Em 2021, uma dessas ações condenou a instituição em primeira instância a pagar R$178 milhões em honorários advocatícios em 2021. O caso ocorreu no município de Três Lagoas (MS) . 

Os custos com o processo são referentes à ação judicial movida pelo BB  e se iniciou em 1991, mas foi arquivado em 2018, sem condenar a outra parte do processo.

Segundo a Polícia Federal (PF), em 2020, os advogados de opção ao BB iniciaram um outro processo para exigir o pagamento de honorários advocatícios pela instituição financeira  após o encerramento da execução extrajudicial.

O montante do pagamento dos honorários era estimado em cerca de R$ 126 bilhões. Como o Banco do Brasil considerou o valor alto, pediu um novo cálculo e foi condenado a pagar R$ 178 milhões, em 2021.

Dois anos depois, a instituição financeira decidiu recorrer da decisão  e ajuizou a ação rescisória para extinguir os honorários. Entretanto, o TJMS, por unanimidade, decidiu manter a condenação e agora o único recurso é no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O relator do processo contra o Banco Central, Divoncer Schreiner Maran, se aposentou recentemente e é um dos alvos da operação Ultima Ratio. O desembargador, Marcos José de Brito Rodrigues, também foi afastado junto com outros quatro pela suspeita de estarem envolvidos com o esquema.

Por decisão da justiça, o magistrado está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica desde o dia 12 de Novembro. Também ficarão afastados por Estão afastados por 180 dias:

  • Sérgio Fernandes Martins, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul;
  • Sideni Soncini Pimentel, presidente do TJ eleito para 2025 e 2026;
  • Vladimir Abreu da Silva, vice-presidente eleito também para os próximos dois anos;
  • Alexandre Bastos, desembargador;
  • Marcos José de Brito Rodrigues, desembargador.
  • Como funcionava a operação

De acordo com a PF, há “fortes indícios de venda da decisão”, principalmente por causa da presença de Divoncir Schereiner Maran e Marcos José de Brito Rodrigues, no júri. A polícia investiga se a ação favoreceu advogados de outra parte do processo.

Filhos do desembargador Vladimir Abreu da Silva, Marcus Vinicius Machado Abreu da Silva e Ana Carolina Machado Abreu da Silva também foram afastados e monitorados por tornozeleira eletrônica.

Outra ação estudada pelas autoridades foi com clientes do advogado Marcus Vinicius Machado, que venceram o processo contra o BB para pagar honorários. 

Além de usar tornozeleira eletrônica, os magistrados também estão proibidos de entrarem em órgãos públicos e de se comunicarem com outras pessoas investigadas. Além deles, outros servidores do judiciário, um procurador de Justiça, empresários e advogados estão entre os investigados por: lavagem de dinheiro; extorsão; falsificação e organização criminosa

O caso é responsabilidade do ministro Cristiano Zanin, do STF, após sair das mãos do ministro Francisco Falcão, do STJ, em 26 de outubro. 

Com a troca de comando na investigação, todo o material apreendido, como celulares e computadores, ficará retido no STF.

Até a conclusão das investigações, os cargos dos magistrados afastados estão sendo ocupados pelos seguintes juízes convocados pelo TJMS.

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