Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025
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Trump Chama Bispa de Washington de ‘Desagradável’ e exige pedido de desculpas após sermão sobre misericórdia

“O amor ao próximo é uma mensagem clara e presente em nossos ensinamentos. Isso inclui todos, sem exceção, seja ele imigrante, pessoa LGBTQ+ ou qualquer um que tenha sido marginalizado.”
Bispa Mariann Edgar Budde fala durante o Serviço Nacional de Oração, na Catedral Nacional de Washington — Foto: AFP
Bispa Mariann Edgar Budde fala durante o Serviço Nacional de Oração, na Catedral Nacional de Washington — Foto: AFP

O tradicional Serviço Nacional de Oração, realizado na terça-feira (20) na Catedral Nacional de Washington, ficou marcado por um desentendimento público entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a bispa de Washington, Mariann Edgar Budde, líder da Igreja Episcopal da cidade. O sermão de Budde, que exortou o presidente a ser mais misericordioso com grupos marginalizados, como imigrantes e a comunidade LGBTQ+, gerou uma reação contundente de Trump, que o classificou como “desagradável” e exigiu que a bispa se desculpasse.

Sermão Direto e Apelo por Misericórdia

Durante a cerimônia ecumênica, que costuma reunir diversas lideranças religiosas em uma ocasião de oração e reflexão, a bispa Budde fez um sermão que rapidamente chamou a atenção. Dirigindo-se diretamente à presença do presidente, a bispa usou seu púlpito para lançar um apelo moral, criticando a postura do governo Trump em relação aos migrantes e à comunidade LGBTQ+.

Ela falou sobre a necessidade de compaixão e misericórdia, enfatizando que a verdadeira liderança espiritual exige acolhimento, compreensão e respeito por todos, especialmente aqueles que estão sendo alvo de discriminação. A bispa se referiu especificamente às políticas do presidente que, em sua visão, estavam criando um clima de medo e divisão.

Em particular, Budde fez um apelo direto sobre a situação dos imigrantes, criticando a expulsão de famílias que foram forçadas a deixar os Estados Unidos e a separação de crianças de seus pais na fronteira. Ela afirmou que esse tipo de ação está em desacordo com os ensinamentos cristãos de acolhimento e misericórdia. “Precisamos pensar em como tratamos os imigrantes, especialmente os refugiados e as famílias que buscam um futuro melhor. Essas pessoas não são ameaças, são seres humanos em busca de dignidade”, disse ela, destacando o trabalho árduo e a contribuição significativa dos imigrantes para a economia e o desenvolvimento social dos Estados Unidos.

A bispa lembrou também que muitos imigrantes desempenham funções essenciais no país, incluindo trabalhos de construção, agricultura, cuidados de saúde, serviços domésticos e indústrias alimentícias, que são vitais para o funcionamento diário da nação. “Eles estão nas linhas de frente em muitos setores, desempenhando papéis que são muitas vezes invisíveis, mas fundamentais para a nossa sociedade”, acrescentou.

O amor ao próximo é uma mensagem clara e presente em nossos ensinamentos. Isso inclui todos, sem exceção, seja ele imigrante, pessoa LGBTQ+ ou qualquer um que tenha sido marginalizado,” afirmou Budde, destacando que o papel de uma liderança espiritual é o de unir e não semear divisões. O sermão tocou em temas sensíveis da atualidade, colocando-se contra políticas que, segundo ela, incentivam a exclusão social e o preconceito.

Reação Contundente de Trump nas Redes Sociais

A reação de Trump não demorou a acontecer e foi publicada em sua plataforma Truth Social. O presidente classificou a bispa como uma “esquerdista radical” que “odeia Trump”. Em sua postagem, Trump não poupou críticas, afirmando que o sermão dela foi “desagradável” e que seu tom não foi “convincente nem inteligente”.

“Ela e sua igreja devem um pedido de desculpas ao público!” escreveu Trump, ampliando o confronto entre as posições políticas e sociais que marcam a tensão entre sua administração e as questões de direitos civis e justiça social. A postagem não só atacou a líder religiosa, mas também questionou a moralidade do sermão e o papel da Igreja Episcopal naqueles comentários.

Trump escreveu: “A chamada bispa que falou na terça-feira no Serviço Nacional de Oração é uma esquerdista radical que odeia Trump. Teve um tom desagradável, não foi convincente nem inteligente… Ela e sua igreja devem um pedido de desculpas ao público!”

A Relevância do Sermão e do Confronto Público

Esse confronto entre Trump e a bispa de Washington não é apenas uma troca de palavras entre duas figuras públicas, mas reflete um debate maior sobre o papel da religião na política americana, especialmente em tempos de polarização política. Para muitos, o sermão de Budde foi uma ousada defesa dos direitos humanos, enquanto para outros, a resposta de Trump reflete a contínua divisão ideológica no país.

Ao longo do seu governo, Trump foi criticado por suas políticas duras em relação a imigrantes, como o bloqueio da entrada de refugiados e a separação de famílias na fronteira, além de sua postura controversa em relação à comunidade LGBTQ+. A bispa, assim como muitos líderes religiosos, adotou uma postura clara de oposição, sugerindo que sua missão pastoral era de inclusão, e não de divisão.

Essa troca de farpas também destaca a crescente tendência de líderes religiosos se posicionarem de maneira mais pública sobre questões sociais e políticas, algo que tem sido cada vez mais comum nos últimos anos, especialmente com a mobilização de igrejas progressistas que buscam se opor a políticas vistas como excludentes.

O Contexto Histórico do Serviço Nacional de Oração

O Serviço Nacional de Oração é uma tradição de longa data nos Estados Unidos, marcada pela participação de líderes religiosos de várias denominações. Tradicionalmente, o evento ocorre anualmente em janeiro, coincidindo com o período de início do novo governo presidencial, sendo uma oportunidade para reflexões ecumênicas e chamadas à unidade nacional.

A presença de Trump neste evento, em particular, foi uma oportunidade para ele interagir com líderes espirituais de diferentes vertentes e para refletir sobre as questões sociais e políticas do momento. Contudo, o que deveria ser uma ocasião de concórdia religiosa tornou-se um campo fértil para discordâncias ideológicas, com a bispa de Washington expressando sua crítica ao comportamento do presidente.

Repercussão e Impacto Social

Esse episódio, certamente, repercutirá em várias esferas, especialmente nas discussões sobre religião e política nos Estados Unidos. As palavras da bispa podem servir como um alerta para líderes políticos de que, no campo religioso, existem vozes que estão ativamente desafiando as políticas de exclusão e discriminação.

Além disso, o pedido de desculpas que Trump exigiu pode se tornar mais um marco no histórico de tensões entre as instituições religiosas e o governo, com a bispa Budde se posicionando como uma figura-chave neste debate. Essa situação serve de lembrete de que, no cenário político e religioso dos Estados Unidos, as divisões ideológicas continuam a ser um tema central.

O Futuro do Debate e a Visibilidade da Igreja na Política

Este episódio também traz à tona a crescente polarização no país e o papel crucial que a religião continua a desempenhar nas discussões políticas. A bispa de Washington, ao se posicionar contra a retórica de Trump, talvez tenha dado início a um novo capítulo no ativismo religioso, em que líderes da Igreja Episcopal (e outras religiões) buscam trazer à tona questões de justiça social e misericórdia, desafiando a forma como as políticas públicas estão sendo conduzidas.

A repercussão desse confronto ainda deve ter muitos desdobramentos, mas uma coisa é certa: o debate sobre como a , a política e a moralidade se entrelaçam na sociedade americana continua mais vivo do que nunca.

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