Mato Grosso do Sul, 13 de maio de 2025
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Brasil x EUA: O jogo da diplomacia e as tarifações de Trump

Lula aposta na negociação antes de qualquer retaliação ao aumento de tarifas anunciado por Trump
Imagem - O Globo
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O governo brasileiro está em alerta após o ex-presidente e atual candidato à Casa Branca, Donald Trump, anunciar a intenção de impor uma tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio para os Estados Unidos. A medida, se confirmada, impactaria diretamente os produtores brasileiros, já que o Brasil é o segundo maior fornecedor desses produtos ao mercado norte-americano, ficando atrás apenas do Canadá.

Apesar da preocupação do setor industrial, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não bateu o martelo sobre uma resposta oficial. A ordem de Lula é clara: antes de tomar qualquer medida de retaliação, a diplomacia deve buscar negociação.

A estratégia brasileira: primeiro o diálogo

Fontes do Palácio do Planalto confirmam que o governo está monitorando a situação e estudando alternativas caso as tarifas de fato entrem em vigor. “A tradição da diplomacia brasileira é sempre primeiro a negociação, e isso está alinhado com o que o presidente Lula defende. A reciprocidade só entra em cena se nenhuma medida diplomática funcionar”, afirmou uma fonte do governo.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também reforçou a postura brasileira diante da situação. “Não cederemos à ansiedade do ritmo vertiginoso da mídia em tempo real e das redes sociais. Tampouco nos deixaremos levar pelo imediatismo na resposta aos desafios que se apresentem. Continuaremos a nos orientar por um estilo diplomático sereno, sóbrio e pragmático”, declarou o chanceler em um discurso recente.

Medidas em estudo, mas sem precipitação

Enquanto aguarda uma definição oficial da Casa Branca sobre a tarifa, o governo brasileiro analisa quais seriam as medidas mais eficazes caso precise responder à altura. Segundo fontes, diferentes ministérios já discutem quais setores poderiam ser taxados como forma de retaliação, mas a ideia é minimizar o impacto na economia nacional.

“Se sair algo concreto, o presidente deve conversar com os ministros na terça ou depois”, revelou um interlocutor do governo. A reunião envolveria nomes como Fernando Haddad (ministro da Fazenda), Geraldo Alckmin (vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e o próprio chanceler Mauro Vieira.

Repetição da história?

Não seria a primeira vez que Trump toma uma decisão semelhante. Em 2018, durante seu primeiro mandato, ele aplicou a mesma taxa de 25% sobre o aço brasileiro. Na ocasião, o Brasil conseguiu negociar com os Estados Unidos uma cota anual de exportações que ficava isenta da sobretaxa.

Alckmin relembrou esse episódio e destacou que, naquele momento, a solução encontrada foi positiva. “A última vez que isso foi feito, houve cotas. Vamos esperar. Nossa posição é sempre uma de cooperação e parceria em benefício das nossas populações”, afirmou o vice-presidente.

Impacto no Brasil

O Brasil exporta anualmente cerca de 4,2 milhões de toneladas de aço para os Estados Unidos, o que representa cerca de 13% de toda a produção brasileira do setor. Caso a tarifa de Trump seja confirmada, as empresas brasileiras podem perder competitividade no mercado norte-americano e sofrer um impacto significativo.

O Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas do país, já manifestou preocupação com a possibilidade da nova taxação e defende uma ação enérgica do governo brasileiro caso a medida seja oficializada.

O que esperar?

Com a diplomacia em campo e as negociações prestes a começar, o Brasil segue sem pressa para responder a Trump. A ordem é buscar um diálogo que beneficie ambas as nações e evite prejuízos para os produtores brasileiros. No entanto, se as negociações falharem, o governo já está preparado para tomar medidas de retaliação.

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