Os combustíveis começaram 2025 em ritmo de alta, e a tendência não parece ser de alívio para o consumidor. Com o impacto do reajuste da Petrobras e o aumento da alíquota do ICMS, os preços dispararam nos postos de todo o país. O diesel S-10, o tipo mais utilizado no Brasil, subiu 4,46% em fevereiro, atingindo o preço médio de R$ 6,57 por litro, enquanto a gasolina avançou 2,6%, chegando a R$ 6,47 por litro.
A escalada nos preços não se limita ao último mês. Se comparado a fevereiro do ano passado, o diesel já subiu 7,07%, enquanto o diesel comum acumulou alta de 8,16%. Já a gasolina teve um aumento ainda mais expressivo na comparação anual: 9,83% de alta em relação a 2024.
O movimento reflete uma combinação de fatores: o reajuste da Petrobras, o aumento do ICMS e a valorização do petróleo no mercado internacional. Além disso, a cotação do dólar também influencia diretamente os custos de importação e distribuição, deixando o preço dos combustíveis ainda mais instável.
Para entender melhor o que está acontecendo e quais são as perspectivas para os próximos meses, especialistas explicam os impactos desse cenário na economia e no dia a dia do brasileiro.
Diesel sobe e preocupa caminhoneiros e empresas de transporte
O diesel é um dos combustíveis mais estratégicos para a economia brasileira, pois afeta diretamente o custo do transporte de cargas e, consequentemente, o preço dos produtos no país. Com o aumento de 4,5% apenas no primeiro mês do ano, motoristas de caminhão e empresas de logística já estão preocupados com o impacto no custo do frete.
“Esse aumento do diesel não pesa só para quem abastece o tanque. Ele afeta o preço de tudo que chega nas prateleiras do supermercado, porque o transporte de mercadorias fica mais caro”, explica Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil.
E a alta não veio de surpresa. A Petrobras reajustou o preço médio do diesel em mais de 6% para as distribuidoras no final de janeiro, e no começo de fevereiro entrou em vigor um aumento de 6 centavos por litro no ICMS, o imposto estadual que incide sobre os combustíveis.
Além disso, o preço do petróleo no mercado internacional vem subindo desde o final de 2024, impactando diretamente o custo do diesel. E, para piorar, a cotação do dólar segue elevada, o que encarece ainda mais a importação e distribuição do combustível.
Conclusão? O diesel pode continuar subindo nos próximos meses, afetando o custo do frete e pressionando os preços de alimentos e mercadorias em geral.
Gasolina também sobe e assusta motoristas
Se o diesel preocupa os caminhoneiros, a alta da gasolina afeta diretamente milhões de motoristas brasileiros. O levantamento da Edenred Ticket Log apontou que o combustível chegou a R$ 6,47 por litro no início de fevereiro, um aumento de 2,6% em apenas um mês.
Mas o que mais preocupa é a comparação anual. Em relação ao mesmo período do ano passado, o preço da gasolina subiu 9,83%, um aumento que pesa diretamente no bolso de quem depende do carro para trabalhar ou se locomover diariamente.
“Os aumentos sucessivos da gasolina criam um efeito cascata, encarecendo transporte por aplicativo, ônibus, táxis e até produtos que dependem de logística para chegar ao consumidor”, afirma Douglas Pina.
Outro fator que impulsiona os preços da gasolina é a alta do etanol, que compõe 27% da mistura da gasolina comum no Brasil. O etanol teve um aumento expressivo de 5,12% em fevereiro e acumula alta de 22,23% em 12 meses.
Conclusão? A gasolina continua pressionada pelo cenário global do petróleo e pela alta do etanol, sem previsão de queda nos preços no curto prazo.
E o etanol, ainda é uma opção mais barata?
Apesar da alta de preços, o etanol continua sendo considerado a alternativa mais vantajosa para muitos motoristas, especialmente em estados onde ele representa menos de 70% do valor da gasolina.
O preço médio do etanol no Brasil chegou a R$ 4,49 por litro, um aumento de 5,12% em relação a janeiro e de 22,23% na comparação com fevereiro de 2024.
Mesmo com esse aumento, especialistas apontam que abastecer com etanol ainda pode ser mais econômico para quem tem carro flex, dependendo do estado onde o motorista abastece.
Conclusão? Vale a pena fazer as contas antes de abastecer. Em alguns estados, o etanol ainda compensa, mas a alta dos preços também vem afetando o biocombustível.
Por que os combustíveis continuam subindo?
Os constantes aumentos nos preços dos combustíveis são resultado de uma combinação de fatores:
✔ Reajuste da Petrobras – A empresa aumentou os preços para distribuidoras, seguindo a valorização do petróleo no mercado internacional.
✔ Alta do ICMS – O imposto estadual sobre os combustíveis subiu, impactando diretamente os preços nas bombas.
✔ Variação cambial – O real desvalorizado frente ao dólar encarece os combustíveis, já que boa parte do diesel e da gasolina consumidos no Brasil são importados.
✔ Custo do etanol – Como parte da gasolina tem etanol na composição, qualquer aumento no preço do biocombustível também afeta o preço final.
✔ Petróleo mais caro – O mercado internacional vem registrando aumento na cotação do barril de petróleo, o que influencia os preços praticados pela Petrobras.
O que esperar para os próximos meses?
Diante desse cenário, especialistas não acreditam que os preços dos combustíveis terão uma queda significativa no curto prazo. Pelo contrário, se o petróleo continuar subindo e o dólar seguir valorizado, os aumentos podem continuar.
Enquanto isso, motoristas e empresas de transporte buscam alternativas para reduzir o impacto do aumento nos custos. Muitos consumidores estão reduzindo o uso do carro, migrando para o transporte público ou até trocando a gasolina pelo etanol sempre que compensa.
Conclusão? O consumidor precisa ficar atento e pesquisar preços. Com os constantes reajustes, cada centavo economizado no abastecimento faz a diferença.
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