Mato Grosso do Sul, 9 de maio de 2025
Campo Grande/MS
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Dia do Rádio: Uma comemoração ampla e diferente, celebrando a força do Meio de Comunicação e sua influência ao longo do tempo

Comunicação que alcança todos os cantos do país e conscientiza populações vulneráveis
Instrumento é estratégico em áreas com limitações tecnológicas
Instrumento é estratégico em áreas com limitações tecnológicas

O rádio segue firme como um dos meios de comunicação mais importantes do Brasil e do mundo. Em tempos de mudanças climáticas aceleradas e desafios ambientais cada vez mais evidentes, ele se mostra essencial na disseminação de informações confiáveis e na conscientização das populações mais distantes. Tanto é que o Dia Mundial do Rádio deste ano, celebrado em 13 de fevereiro, tem como tema o impacto do rádio na luta contra as mudanças climáticas. A data, instituída pela Unesco, reconhece o papel vital do veículo em comunidades remotas, especialmente em regiões afetadas pelo desmatamento e queimadas.

O rádio como ferramenta estratégica na Amazônia

No Brasil, onde há ainda muitas regiões sem acesso à internet e telefonia móvel, o rádio continua sendo a principal fonte de informação para milhares de pessoas. Na Amazônia, por exemplo, onde as dificuldades de comunicação são históricas, ele cumpre um papel insubstituível.

Segundo Marcos Sorrentino, professor de ciências florestais da Universidade de São Paulo (USP), a luta contra o aquecimento global depende de mudanças comportamentais e da difusão de informação de qualidade. “Precisamos dialogar com as pessoas para que elas repensem seus modos de produção e consumo. O rádio tem essa capacidade de chegar diretamente ao ouvinte, de estar presente no dia a dia das comunidades”, afirma o especialista.

Um exemplo do impacto do rádio na Amazônia é a Rádio Nacional da Amazônia. O canal tem audiência massiva em municípios isolados e é utilizado por ribeirinhos, agricultores e líderes comunitários como principal meio de informação sobre o clima e as condições ambientais.

“Lembro-me de estar em um município no Pará e ver agricultores ouvindo a programação para acompanhar previsões do tempo, alertas de queimadas e informações sobre prevenção de desastres ambientais”, conta Sorrentino.

Campanhas de prevenção e mudança de comportamento

O cientista sênior do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Paulo Moutinho, destaca que o rádio sempre foi uma ferramenta fundamental para as pesquisas desenvolvidas na região.

“Através do rádio, conseguimos promover campanhas de prevenção de incêndios que ajudaram a reduzir perdas econômicas tanto de pequenos agricultores quanto de grandes produtores. Ele também é crucial na disseminação de informação sobre mudanças climáticas, prevenção de queimadas e o uso adequado de recursos naturais”, explica o ecólogo.

Para Moutinho, o rádio é um meio tecnológico de alta eficiência e acessível, especialmente em áreas remotas onde televisão e internet ainda não chegam com qualidade. “Desde os anos 1980, o rádio tem sido usado para educação ambiental, e essa realidade não mudou. Hoje, ele continua sendo um canal confiável para quem precisa de informações sobre mudanças climáticas e preservação ambiental”.

Histórias que inspiram

O programa “Natureza Viva”, da Rádio Nacional, é um dos exemplos mais icônicos dessa influência. A apresentadora Mara Régia di Perna é referência na comunicação ambiental e destaca que o rádio tem uma capacidade única de mobilizar a sociedade.

“O rádio chega ao coração das pessoas. Ele tem agilidade, acessibilidade, instantaneidade e uma linguagem simples, o que torna a comunicação muito mais eficaz”, enfatiza Mara Régia.

Outro exemplo de como o rádio faz diferença na Amazônia é o programa “Ligado no Mamirauá”, veiculado há mais de 30 anos pela Rádio Rural de Tefé (AM). Com uma audiência fiel, ele se tornou um canal de conscientização sobre manejo de recursos naturais e questões ambientais.

Contra a desinformação

Com o crescimento das fake news e do negacionismo ambiental, o rádio assume um papel ainda mais importante no combate à desinformação.

Para a socioambientalista Muriel Saragossi, a comunicação de qualidade é essencial para populações vulneráveis. “Na Amazônia, temos muitos jovens comunicadores, sejam indígenas, ribeirinhos ou quilombolas, que estão ajudando a levar informações verdadeiras para suas comunidades”, destaca.

Enquanto as mudanças climáticas seguem trazendo desafios, o rádio permanece como um aliado valioso para informar, educar e mobilizar a população brasileira na defesa do meio ambiente.

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