Na manhã desta quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025, a Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou as investigações sobre o incêndio que atingiu a fábrica de fantasias Maximus, localizada em Ramos, na zona norte da cidade, na véspera. A tragédia deixou 21 vítimas, sendo que diversas delas estão em estado grave, e também provocou danos significativos em prédios vizinhos, colocando a segurança de toda a área em risco. A investigação da polícia busca entender as causas do incêndio, incluindo a possibilidade de furto de energia elétrica por meio de ligações clandestinas. A Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia da região, também irá realizar uma perícia no local para verificar a origem do fogo e eventuais falhas na rede elétrica.
A confecção Maximus era uma das principais fornecedoras de fantasias para as escolas de samba da Série Ouro, e o incêndio gerou impactos imediatos para o carnaval carioca. Algumas das escolas de samba mais tradicionais, como Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu, perderam uma parte significativa de suas fantasias para o desfile de 2025. Em resposta à situação, a Liga-RJ, responsável pela organização do carnaval da Série Ouro, anunciou que as três escolas mais afetadas não receberão notas no carnaval deste ano, garantindo, assim, que não serão rebaixadas para a Série Prata.
O Desastre e a Investigação
O incêndio na fábrica Maximus foi declarado pelo Corpo de Bombeiros na tarde de ontem, e, ao chegar no local, os bombeiros enfrentaram dificuldades devido à falta de um certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros, o que indicava que a edificação não cumpria com a legislação estadual anti-incêndio. As chamas se espalharam rapidamente, atingindo o prédio da fábrica e um anexo, causando danos estruturais significativos. Técnicos da Defesa Civil Municipal interditaram completamente a fábrica e o prédio anexo, que apresenta risco de desabamento devido aos danos causados pelo fogo.
Além disso, o edifício vizinho, localizado na Rua Roberto Silva, também foi afetado pelas chamas, com rachaduras nas paredes do segundo e terceiro pavimentos, que foram expostos ao intenso calor do incêndio. A área de serviço do térreo foi isolada por precaução, mas o prédio vizinho não corre risco de desabamento imediato.
Resgate e Atendimento às Vítimas
O incêndio deixou 21 pessoas feridas, muitas delas com queimaduras graves e danos às vias aéreas. O Corpo de Bombeiros realizou o resgate das vítimas e as encaminhou para diferentes hospitais da rede pública e privada. Dez vítimas foram levadas ao Hospital Getúlio Vargas, onde oito pacientes, sendo três homens e cinco mulheres, permanecem em estado grave, com queimaduras nas vias respiratórias. Duas mulheres estão em condição estável, de acordo com a direção do hospital.
Outras vítimas foram atendidas em unidades da rede municipal de saúde, com três permanecendo internadas no Hospital Municipal Souza Aguiar em estado grave. Quatro pessoas receberam alta, e uma saiu à revelia do Hospital Municipal Salgado Filho. No Hospital Federal de Bonsucesso, um paciente teve alta e duas mulheres continuam internadas, com previsão de alta para uma delas nesta quinta-feira.

Impacto no Carnaval da Série Ouro
A confecção Maximus tinha uma forte ligação com o carnaval do Rio de Janeiro, sendo responsável por criar as fantasias de várias escolas da Série Ouro, o grupo de acesso das escolas de samba. Com o incêndio, escolas como Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu sofreram perdas significativas. As fantasias que estavam em produção para o desfile de 2025 foram destruídas no incêndio, impactando diretamente a preparação das escolas para o evento.
A Liga-RJ, responsável pela organização do carnaval, anunciou uma medida drástica para tentar minimizar os efeitos da tragédia: as três escolas mais afetadas não receberão notas no desfile deste ano, o que significa que elas não serão rebaixadas para a Série Prata, apesar da perda das fantasias. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, também anunciou um aumento no repasse de recursos para as escolas de samba da Série Ouro, passando de R$ 10 milhões para R$ 16 milhões, a fim de apoiar as escolas afetadas e garantir que o carnaval da cidade continue, apesar da tragédia.
“O Carnaval é parte da nossa identidade e vamos trabalhar juntos para minimizar os impactos dessa tragédia”, afirmou o governador, demonstrando o esforço das autoridades para apoiar as escolas de samba e aliviar os prejuízos causados.
Medidas de Segurança e Investigações
A perícia da Polícia Civil e da Light tem como foco esclarecer as causas do incêndio, incluindo a possibilidade de irregularidades nas instalações elétricas da fábrica. A investigação sobre o furto de energia também será fundamental para determinar se houve alguma ligação clandestina que tenha contribuído para o início das chamas. A equipe de peritos da concessionária de energia elétrica vai realizar uma análise detalhada da rede elétrica do imóvel.
O incidente também destaca a necessidade urgente de fiscalização mais rigorosa em fábricas e estabelecimentos comerciais, especialmente em áreas de alto risco, como a zona norte do Rio de Janeiro. O incêndio revelou falhas nos sistemas de segurança e prevenção contra incêndios, o que aumentou os danos materiais e humanos. A falta do certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros e a ausência de medidas adequadas de proteção são fatores que complicaram a situação.
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