A Ucrânia enfrenta um momento decisivo em sua luta contra a invasão russa. Em declaração nesta sexta-feira (14), o presidente Volodymyr Zelensky alertou que o país tem “poucas chances de sobreviver” sem o apoio militar e financeiro dos Estados Unidos. O pronunciamento acontece após conversas telefônicas entre o presidente americano Donald Trump e os líderes da Ucrânia e da Rússia, na quarta-feira (12), sinalizando um possível movimento diplomático para encerrar a guerra.
“Provavelmente será muito, muito, muito difícil. E, claro, em todas as situações difíceis, você tem uma chance. Mas teremos poucas chances – poucas chances de sobreviver sem o apoio dos Estados Unidos”, disse Zelensky.
A fala do presidente ucraniano reflete o temor de que Washington possa reduzir sua assistência militar e financeira ao país, especialmente em um contexto de mudanças na política externa americana e da crescente pressão para um acordo de paz.
Trump entra na jogada e fala com Putin
As conversas entre Trump e Putin marcam um novo capítulo na abordagem americana sobre o conflito. Segundo o Kremlin, a ligação entre os dois líderes durou quase uma hora e meia. O ex-presidente americano, que já declarou querer resolver o conflito “em 24 horas” caso seja reeleito, disse que o diálogo foi produtivo, mas evitou entrar em detalhes.
Após a conversa, Trump fez declarações que preocupam a Ucrânia. Ele sugeriu que não considera prático o país se tornar membro da OTAN e afirmou que Kiev dificilmente conseguirá recuperar todo o território ocupado pelos russos. Essas declarações geraram inquietação entre os aliados da Ucrânia, que temem um possível recuo americano na ajuda militar.
Zelensky alerta para risco de cessar-fogo
Para Zelensky, o maior risco no momento é um acordo que favoreça Moscou. Ele acredita que Putin deseja um cessar-fogo apenas para aliviar sanções internacionais e ganhar tempo para rearmar suas tropas.
“Isso é realmente o que ele quer. Ele quer fazer uma pausa, preparar, treinar, tirar algumas sanções, por causa do cessar-fogo”, alertou o presidente ucraniano.
A Ucrânia tem deixado claro que só aceitará um acordo de paz caso a Rússia se retire completamente dos territórios ocupados desde 2014, incluindo a Crimeia. No entanto, a posição americana sobre esse tema parece estar em aberto, o que gera ainda mais incertezas sobre o futuro do conflito.
Apoio dos EUA em xeque?
A guerra na Ucrânia se tornou um tema sensível na política americana, especialmente em ano eleitoral. Desde o início do conflito em 2022, os EUA destinaram bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária para Kiev. No entanto, com mudanças no cenário político interno e a crescente resistência de setores republicanos a novos pacotes de ajuda, há dúvidas sobre a continuidade desse suporte.
A possível reaproximação entre Washington e Moscou pode mudar drasticamente os rumos da guerra. Enquanto isso, Zelensky tenta manter a aliança com o Ocidente e garantir que a Ucrânia não seja deixada sozinha em sua luta contra a Rússia.
E agora?
O futuro da Ucrânia pode depender diretamente das decisões dos EUA nos próximos meses. Se Washington reduzir seu apoio militar, Kiev terá dificuldades para manter sua defesa contra as forças russas. Por outro lado, se Trump avançar em uma solução diplomática com Putin, a Ucrânia pode se ver diante de um acordo que não atende às suas exigências.
O cenário segue incerto, e as movimentações políticas internacionais nos próximos meses serão cruciais para definir os rumos da guerra.
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