O Brasil será o centro das atenções do cenário internacional nos dias 6 e 7 de julho de 2025, quando o Rio de Janeiro receberá a Cúpula do BRICS, reunindo chefes de Estado e representantes de 20 países. O evento, considerado um dos mais importantes do ano para a geopolítica global, foi oficialmente confirmado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ao lado do prefeito Eduardo Paes, no último sábado (15).
A escolha do Rio como sede da cúpula reforça a posição do Brasil como protagonista na articulação entre nações emergentes. O encontro servirá para tomar decisões estratégicas sobre desenvolvimento, cooperação econômica e mudanças na governança global, temas que estão no centro da agenda do BRICS para os próximos anos.
“O Rio mais uma vez será a capital do mundo. Foi assim no G20, ano passado, e agora com o BRICS”, celebrou Eduardo Paes, destacando a relevância da cidade como sede de grandes eventos internacionais.
O que é o BRICS e por que essa reunião é tão importante?
O BRICS é um bloco econômico e político formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Criado para fortalecer a cooperação entre as principais economias emergentes do mundo, o grupo expandiu sua atuação e, desde 2024, incluiu novos membros: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Além dos 11 países membros, o BRICS também conta com uma categoria de parceiros, formada por nações que participam de reuniões estratégicas, mas sem poder de decisão formal. Entre eles estão Cuba, Nigéria, Bolívia, Malásia, Tailândia, Belarus, Cazaquistão, Uganda e Uzbequistão.
A importância da cúpula no Rio de Janeiro se deve ao momento crítico em que o BRICS se encontra. Com um bloco cada vez mais influente na economia mundial, os líderes discutirão temas que podem redefinir a ordem global, como:
Reforma da governança global – O Brasil, que preside o BRICS em 2025, defende a redução da influência das grandes potências ocidentais nos organismos internacionais, como a ONU e o FMI, dando mais voz aos países em desenvolvimento.
Expansão do BRICS – Com mais de 30 países interessados em se juntar ao grupo, a cúpula pode definir novos critérios de adesão para fortalecer o bloco.
Alternativas ao dólar – O BRICS tem discutido formas de reduzir a dependência do dólar no comércio internacional, o que pode ter impactos diretos na economia global.
Cooperação econômica e tecnológica – O bloco quer impulsionar projetos conjuntos nas áreas de energia, infraestrutura e inovação.
Brasil no comando: quais são as prioridades do país?
Desde 1º de janeiro de 2025, o Brasil assumiu a presidência rotativa do BRICS, cargo que ocupará até 31 de dezembro. A coordenadora-geral da presidência brasileira no BRICS, Paula Barboza, explicou que o país focará em dois grandes eixos ao longo do ano:
Reforma da governança global – O Brasil quer liderar a luta por mudanças em organismos internacionais, ampliando a participação dos países emergentes em decisões estratégicas.
Cooperação entre países do Sul Global – O governo brasileiro pretende fortalecer parcerias econômicas e tecnológicas com os países do BRICS e outras nações do Hemisfério Sul.
Critérios para entrar no BRICS: como novos países são admitidos?
O BRICS não é um clube aberto para qualquer país. Para ser aceito como membro pleno, a nação interessada precisa cumprir critérios rigorosos, como:
Ter boas relações diplomáticas com todos os membros do BRICS
Ser membro da ONU e apoiar o multilateralismo
Não adotar sanções internacionais sem aprovação da ONU
Se comprometer com a reforma da governança global
Manter equilíbrio geopolítico dentro do bloco
Já os países parceiros têm um processo mais flexível. Eles podem ser convidados para participar das reuniões, mas sem direito a voto nas decisões estratégicas. Essa modalidade foi criada em 2024, na Cúpula de Kazan, na Rússia, para aproximar mais nações da agenda do BRICS.
Rio de Janeiro se prepara para evento de grande porte
A realização da cúpula no Rio de Janeiro representa mais um marco na posição da cidade como palco de grandes eventos internacionais. Em 2024, a cidade já havia sido sede da cúpula do G20, reunindo os líderes das maiores economias do mundo. Agora, com o BRICS, o Rio novamente se tornará o epicentro das discussões globais.
O governo federal e a prefeitura estão coordenando os preparativos para garantir a segurança e a infraestrutura necessária para receber as delegações internacionais. A expectativa é que o evento movimente milhares de visitantes, diplomatas, empresários e jornalistas, aquecendo a economia da cidade.
A cúpula no Brasil será um teste importante para o futuro do BRICS. Com desafios como a crise econômica global, as tensões geopolíticas e a busca por maior independência do Ocidente, o grupo precisará mostrar unidade e capacidade de ação.
O que está em jogo não é apenas a política externa do Brasil, mas o próprio papel dos países emergentes no novo mapa do poder global.
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