Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025
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Vereadores de Campo Grande definem CPI contra o Consórcio Guaicurus: Investigação começa nesta semana

Com parecer favorável, Câmara Municipal abre caminho para apuração de irregularidades no transporte coletivo da Capital, incluindo frota sucateada e descumprimento de contrato, e questiona o poder do Consórcio sobre os políticos locais
Ônibus quebrou ‘na porta’ da Câmara Municipal de Campo Grande - Imagem - Marcos Tenório
Ônibus quebrou ‘na porta’ da Câmara Municipal de Campo Grande - Imagem - Marcos Tenório

Campo Grande, está prestes a vivenciar um dos maiores confrontos políticos envolvendo o transporte público da cidade. Após meses de discussões, denúncias e pressões por parte da população, os vereadores finalmente uniram forças para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o Consórcio Guaicurus, responsável por gerenciar o transporte coletivo da cidade. O que muitos já suspeitam é que, por trás do fracasso do serviço, existe uma forte e controversa relação entre o Consórcio e os políticos locais, que, em muitos momentos, parecem agir como aliados dos interesses do Consórcio, em detrimento dos cidadãos de Campo Grande.

O anúncio da abertura da CPI será realizado nesta terça-feira (18), antes do início da sessão ordinária. O presidente da Câmara Municipal, vereador Papy (PSDB), revelou que a investigação será mais abrangente do que inicialmente prevista, e buscará apurar não apenas os problemas relacionados à frota sucateada e ao descumprimento de contrato, mas também o forte poder de influência do Consórcio sobre os políticos locais, que têm se mostrado relutantes em cobrar resultados e qualidade nos serviços prestados.

A CPI, que surge a partir dos requerimentos apresentados pelos vereadores Júnior Coringa (MDB) e Dr. Lívio (UNIÃO), não apenas se concentra nas condições precárias do transporte público, mas também coloca em evidência um questionamento importante: até que ponto o Consórcio Guaicurus exerce poder sobre as decisões políticas em Campo Grande? Para os críticos, o fato de o Consórcio continuar operando com uma frota velha e serviços insatisfatórios, mesmo diante de tantas denúncias e reclamações da população, sugere que há algo mais por trás dessa relação. O que muitos se perguntam é: por que os políticos locais têm se mostrado tão coniventes com a situação?

Em entrevistas, o vereador Júnior Coringa destacou que o Consórcio Guaicurus descumpre cláusulas contratuais de forma evidente, sem ser responsabilizado. A frota envelhecida, os atrasos constantes e a superlotação são problemas recorrentes, mas, mesmo assim, o Consórcio continua operando com a mesma concessão, sem enfrentar grandes obstáculos legais ou políticos. Segundo Coringa, o contrato de concessão está sendo ignorado, mas as autoridades políticas parecem hesitar em tomar uma postura mais firme. Isso levanta uma questão crucial: será que o Consórcio tem apoio nos corredores da Câmara Municipal?

O vereador Dr. Lívio, por sua vez, voltou sua atenção para o Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), firmado entre o Consórcio Guaicurus e o Tribunal de Contas do Estado em 2020. No entanto, o vereador denuncia que, mesmo com esse acordo, o Consórcio tem utilizado um suposto “desequilíbrio financeiro” como justificativa para a péssima qualidade dos serviços prestados. O problema é que, enquanto as empresas do Consórcio continuam alegando dificuldades financeiras, elas seguem recebendo isenção de impostos e subvenções públicas. Essa discrepância entre os benefícios que o Consórcio recebe e a qualidade do serviço oferecido à população levanta dúvidas sobre os reais interesses por trás da gestão do transporte público em Campo Grande.

Em meio a toda essa discussão, uma cena irônica ocorreu dias antes da divulgação do parecer: um ônibus da linha 054, que liga o Terminal Bandeirantes ao Shopping Campo Grande, quebrou em frente à Câmara Municipal na quinta-feira (13). A situação chamou atenção pela proximidade com o momento em que a CPI começaria a tomar forma. O ônibus permaneceu parado em frente à entrada da Câmara até ser removido, evidenciando, mais uma vez, os problemas diários enfrentados pelos usuários do transporte coletivo da cidade.

O Consórcio Guaicurus, responsável por grande parte do transporte público em Campo Grande, tem sido alvo de críticas pela qualidade dos serviços oferecidos. Com uma frota envelhecida e terminais depredados, a população vive a realidade de ônibus velhos, sem manutenção adequada, e uma tarifa considerada uma das mais altas entre as capitais brasileiras. A abertura da CPI é um passo importante para que esses problemas sejam investigados com profundidade, visando a melhoria do serviço e a garantia de direitos para os cidadãos de Campo Grande.

A relação entre o Consórcio Guaicurus e a classe política de Campo Grande não é novidade, e a abertura da CPI pode ser o primeiro passo para revelar os meandros dessa conexão. O fato de um ônibus quebrar em frente à Câmara Municipal, poucos dias antes da definição da CPI, é uma ironia que não passa despercebida pelos moradores da cidade. Para muitos, é mais uma demonstração de que a ineficiência do Consórcio é vista com desdém por aqueles que deveriam fiscalizar e garantir a qualidade do transporte público, mas que, ao invés disso, parecem se omitir diante do problema.

O poder do Consórcio Guaicurus sobre a política local é uma questão delicada que promete ser central nas investigações. A população de Campo Grande aguarda ansiosa por respostas. Será que a CPI terá coragem de enfrentar essa rede de influência e pressionar por melhorias reais no transporte público? Ou será que, mais uma vez, os interesses do Consórcio Guaicurus prevalecerão sobre o bem-estar dos cidadãos?

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