Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025
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Donald Trump impõe tarifa pesada contra países que negociarem petróleo com a Venezuela

Presidente dos EUA anuncia taxação de 25% sobre produtos de nações que comprarem Óleo Venezuelano e justifica medida com acusações contra o governo de Caracas
Foto: Jim WATSON / POOL / AFP
Foto: Jim WATSON / POOL / AFP

Os países que adquirirem petróleo ou gás da Venezuela serão penalizados com uma tarifa de 25% sobre qualquer produto que exportarem para os Estados Unidos. O presidente Donald Trump anunciou a medida nesta segunda-feira (24), em uma publicação nas redes sociais. Segundo ele, a nova tarifa entra em vigor no próximo dia 2 de abril.

“Essa tarifa será aplicada por inúmeras razões, incluindo o fato de que a Venezuela tem enviado, de forma proposital e enganosa, dezenas de milhares de criminosos de alto escalão disfarçados para os Estados Unidos. Muitos desses indivíduos são assassinos e pessoas extremamente violentas”, declarou Trump.

A administração dos EUA acusa a Venezuela de permitir a entrada de membros da facção criminosa Tren de Aragua no território norte-americano. O grupo é classificado como organização terrorista por Washington. Na semana passada, o governo de Trump deportou 238 imigrantes venezuelanos para El Salvador, alegando que pertenciam à facção.

Por outro lado, familiares e advogados dos deportados contestam a versão da Casa Branca. Segundo eles, os imigrantes estão sendo acusados sem provas concretas, apenas como justificativa para permitir deportações em massa.

A crise entre os Estados Unidos e a Venezuela não é recente. Desde o governo do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), as relações entre os dois países são marcadas por conflitos e sanções econômicas. Até o momento, o governo venezuelano não comentou oficialmente a nova medida de Trump.

Sanções econômicas e reações no mercado

A Venezuela já sofre com diversas Medidas Coercitivas Unilaterais (MCU), popularmente conhecidas como sanções econômicas, impostas pelos Estados Unidos. Muitas dessas restrições foram implementadas no primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2019.

No fim de fevereiro, o presidente revogou uma autorização que permitia à petroleira estadunidense Chevron operar na Venezuela. No entanto, o Departamento do Tesouro prorrogou a licença da empresa até 27 de maio, evitando o encerramento imediato das atividades.

A administração anterior de Joe Biden havia afrouxado algumas sanções contra a Venezuela, permitindo que o petróleo voltasse a ser exportado para os EUA. Com a nova decisão de Trump, esse cenário pode mudar drasticamente.

Divergências sobre a aplicação da tarifa

Especialistas avaliam que a tarifa de 25% pode ser de difícil aplicação. Francisco Rodríguez, professor da Universidade de Denver, aponta que os EUA seguem comprando petróleo venezuelano através da Chevron, o que pode gerar um paradoxo na medida.

“Se uma empresa espanhola como a Repsol comprar petróleo venezuelano, os EUA realmente imporão uma tarifa de 25% sobre todas as exportações da Espanha? O governo espanhol não controla a Repsol, e essa situação pode gerar questionamentos”, explica Rodríguez.

O professor também levanta outra possibilidade: caso a Chevron continue recebendo licenças, a medida de Trump pode acabar favorecendo as exportações venezuelanas para os EUA. “Muitas dessas licenças são renovadas constantemente. A Licença Geral 5, por exemplo, foi renovada 18 vezes. Nada impede que aconteça o mesmo com a Chevron”, conclui.

A decisão de Trump deve gerar reações tanto de aliados comerciais dos Estados Unidos quanto de governos afetados pela tarifa. Com a aproximação das eleições presidenciais nos EUA, a estratégia de endurecer as sanções contra a Venezuela pode ser vista como um movimento para reforçar sua base eleitoral.

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