A vida de quem sonha com a casa própria pode estar prestes a mudar. O Governo Federal anunciou novas regras para o programa “Minha Casa, Minha Vida” e incluiu uma nova faixa de financiamento, agora voltada para famílias com renda de até R$ 12 mil por mês. A novidade também eleva o teto do valor do imóvel para até R$ 500 mil, permitindo que mais brasileiros consigam comprar sua casa com o uso do FGTS e juros abaixo do mercado.
A proposta é abrir uma porta que estava fechada para uma parcela da população que até então não se enquadrava no programa por ultrapassar os limites de renda das faixas anteriores. Agora, com a chamada “Faixa 4”, essas famílias poderão financiar o imóvel em até 420 meses o equivalente a 35 anos com juros anuais de 10,5%, o que ainda é menor do que a maioria dos bancos oferece para quem busca crédito habitacional fora do programa.
Apesar da empolgação com a ampliação, nem tudo está resolvido. Ainda há muitas dúvidas no ar. Por exemplo: não foi informado quando os financiamentos vão começar de fato. Também não está claro se essa nova faixa será apenas para quem ainda não tem casa própria, como nas demais faixas, ou se quem já possui um imóvel poderá aderir. Outra incerteza é sobre a aplicação em áreas rurais e se essas famílias terão um teto de renda diferente, como já ocorre em outras categorias.
Segundo o Ministério das Cidades, o objetivo é alcançar mais de 120 mil famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. Mas a pasta ainda não respondeu oficialmente sobre os pontos que ficaram sem explicação. A expectativa é que novas diretrizes sejam divulgadas nas próximas semanas.
Para bancar essa ampliação, o governo vai utilizar recursos do Fundo Social do Pré-Sal, que passa agora a reforçar o orçamento das Faixas 1 e 2 do programa, ampliando o alcance do benefício.
Desde a retomada do programa habitacional em 2023, mais de 1,2 milhão de unidades habitacionais foram entregues em todo o país. A meta do governo é chegar a 2 milhões até o fim de 2026. Com essa nova faixa, a expectativa é dar mais fôlego para o mercado imobiliário e atender uma fatia da população que muitas vezes fica no “meio do caminho”: ganha demais para receber subsídio, mas não o suficiente para encarar os juros altos do mercado.
Mas a realidade de quem vive de aluguel e tenta guardar dinheiro todo mês para o financiamento ainda é desafiadora. O corretor de imóveis João Batista, que trabalha na periferia de Campo Grande, acredita que a medida é positiva, mas alerta: “Se o banco não facilitar e se os imóveis de até R$ 500 mil não estiverem acessíveis, essa galera vai continuar só na vontade. Falta detalhe, falta clareza. Tá bonito no papel, mas queremos ver funcionando na prática.”
Enquanto isso, quem espera por uma oportunidade de sair do aluguel acompanha com cautela os próximos passos do programa. “Já perdi a conta de quantas vezes prometeram que iam mudar as regras e nada. Espero que dessa vez saia mesmo, porque pagar R$ 1.200 de aluguel todo mês tá matando a gente”, disse Marli Cristina, atendente de supermercado e mãe de dois filhos.
O decreto que oficializa a criação da nova faixa foi publicado nesta sexta-feira (4) no Diário Oficial da União e já está em vigor. Agora, falta o próximo passo: a liberação das novas linhas de crédito e os critérios detalhados para adesão.
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