Mato Grosso do Sul, 18 de abril de 2025
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Ciclo de tragédias: irmão de jovem assassinado em conveniência também foi morto a tiros no mesmo bairro

Rafael Vilharva foi morto em frente a uma conveniência cinco anos após o assassinato do irmão Gabriel, também executado no mesmo bairro em Campo Grande
Rafael Gomes Vilharva, 25 anos, que morreu na noite deste domingo (6) - Imagem - Facebook
Rafael Gomes Vilharva, 25 anos, que morreu na noite deste domingo (6) - Imagem - Facebook

A história de violência que marcou o destino da família Vilharva, no Jardim Tarumã, em Campo Grande, ganhou mais um capítulo triste e trágico. Na noite do último domingo, 6 de abril, Rafael Gomes Vilharva, de 25 anos, foi morto a tiros em frente a uma conveniência. O crime relembrou o assassinato brutal do irmão dele, Gabriel Peterson Gomes Ramos, executado com oito disparos em 2020, a poucos metros de onde Rafael também teve a vida ceifada.

A sequência de mortes violentas envolvendo os irmãos reacende discussões sobre o ciclo da criminalidade e a vulnerabilidade de jovens em áreas marcadas por conflitos. Rafael, assim como Gabriel, já havia sido alvo de denúncias criminais, acumulando passagens por furto, furto qualificado e roubo. Em 2019, os dois chegaram até a ser denunciados juntos por um furto de alto valor no bairro Vilas Boas.

Na época, segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Rafael e Gabriel, acompanhados de um comparsa conhecido como Caíque, ou “Alemão”, invadiram uma casa e levaram diversos objetos como televisões, videogames, notebook, projetor, relógios de pulso e até um carrinho de bebê. O prejuízo total ultrapassou os R$ 20 mil. A ação foi cometida, segundo a denúncia, porque o grupo estaria devendo dinheiro a um homem identificado como Thiago.

Na execução do crime, Gabriel ficou no carro, um Corsa prata da própria mãe, enquanto Rafael e Caíque pularam o muro e arrombaram a porta da frente da casa. Os itens foram escondidos em um matagal, mas no dia seguinte, ao retornar ao local, os irmãos não encontraram nada — nem os objetos furtados, nem o parceiro que desapareceu sem prestar contas.

O caso foi parar na delegacia, os envolvidos foram identificados e os irmãos denunciados. Rafael acabou condenado a dois anos de prisão em regime fechado em 2023. Gabriel, no entanto, teve sua punibilidade extinta após sua morte trágica em março de 2020. Na ocasião, o corpo dele foi encontrado em frente a uma casa na Rua Verde Louro, alvejado por oito tiros. Três anos antes, em 2017, Gabriel já havia sido vítima de outro atentado: levou dois tiros nas costas enquanto jogava sinuca em um bar no bairro Coophavilla. O motivo? Uma suposta acusação de furto de uma blusa.

A morte de Rafael neste domingo levanta ainda mais dúvidas e angústias. As investigações ainda estão em andamento e a motivação do assassinato não foi oficialmente confirmada. Testemunhas afirmam que ele foi surpreendido por um homem armado que se aproximou e atirou sem dizer uma palavra. O local foi isolado e a perícia encontrou cápsulas de pistola no chão.

Moradores da região estão assustados com a onda de violência e cobram mais segurança no bairro. Muitos conheciam os irmãos desde pequenos e lamentam o desfecho. “Eles cresceram aqui, jogavam bola na praça, estudaram na escola do bairro. É muito triste ver como tudo acabou”, contou um vizinho que preferiu não se identificar.

A Polícia Civil investiga o caso e trabalha com a hipótese de acerto de contas, mas ainda não há presos. Rafael será sepultado nesta terça-feira, e a família pede justiça, apesar do histórico dos envolvidos. O ciclo de violência que atingiu os irmãos Rafael e Gabriel expõe não só a tragédia pessoal de uma família, mas também os reflexos de um sistema onde muitos jovens acabam sendo engolidos por um caminho sem volta.

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