O futebol brasileiro perdeu nesta terça-feira um de seus maiores nomes debaixo das traves. Haílton Corrêa de Arruda, conhecido mundialmente como Manga, faleceu aos 87 anos no Hospital Rio Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, após lutar contra um câncer de próstata. Ídolo do Botafogo e do Operário Futebol Clube, Manga construiu uma carreira de glórias, títulos e feitos inesquecíveis que marcaram a história do esporte.
Nascido em Recife, no dia 26 de abril de 1937, Manga se tornou sinônimo de segurança, liderança e carisma no gol. Sua importância foi tamanha que a data de seu aniversário passou a ser celebrada como o “Dia do Goleiro” no Brasil, uma justa homenagem a quem dedicou a vida a defender as redes e a inspirar gerações.
No Botafogo, clube que defendeu entre 1959 e 1968, Manga fez história. Foram 442 partidas e nada menos que 20 títulos, tornando-se o jogador com mais conquistas na história da equipe carioca. Com ele no gol, o alvinegro venceu o Campeonato Carioca em 1961, 1962, 1967 e 1968, além do Torneio Rio-São Paulo em 1962, 1964 e 1966. Ele também foi titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra.
Mas a trajetória brilhante de Manga não parou no Botafogo. Ele brilhou em diversos outros clubes como Internacional, Grêmio, Nacional do Uruguai e Barcelona de Guayaquil, no Equador, sempre se destacando pela firmeza debaixo das traves e pela personalidade marcante. No exterior, foi idolatrado por onde passou e deixou sua marca no futebol sul-americano como um dos melhores goleiros da história.
No fim da década de 1970, o goleiro escreveu um capítulo especial no futebol do Mato Grosso do Sul ao vestir a camisa do Operário Futebol Clube. Foi um momento marcante tanto para o clube quanto para a carreira do atleta. Vestindo as cores do Galo da Avenida Bandeirantes, em Campo Grande, Manga trouxe sua experiência e prestígio para o time sul-mato-grossense, sendo fundamental no crescimento técnico da equipe e no fortalecimento do clube no cenário nacional.

Sua chegada ao Operário Futebol Clube ocorreu em uma fase em que o futebol do estado começava a se destacar. Com sua bagagem de grandes clubes e sua postura exemplar, Manga rapidamente conquistou o respeito da torcida, dos companheiros de equipe e da imprensa local. Ele foi peça-chave na montagem de um elenco competitivo e ajudou o time a alcançar resultados expressivos, inclusive em competições nacionais como o Campeonato Brasileiro.
Sua passagem pelo Operário se estendeu durante os anos 70 e início dos anos 80, período no qual ajudou a consolidar o time como uma das grandes forças do Centro-Oeste. Manga era mais que um goleiro: era um símbolo de respeito, profissionalismo e paixão pelo futebol. Em Campo Grande, o ex-goleiro também conquistou o carinho da torcida local, que reconhecia nele um verdadeiro mestre debaixo das traves. Ele era o tipo de jogador que inspirava os mais jovens e ensinava com humildade e sabedoria.
O Botafogo prestou homenagem nas redes sociais: “É com enorme pesar que comunicamos o falecimento de Haílton Corrêa de Arruda, nosso inesquecível ex-goleiro e ídolo Manga. Ele foi um dos maiores goleiros da história do futebol mundial e defendeu nosso Glorioso de 1959 a 1968. Titular da Seleção Brasileira de 66, Manga deixa uma história de defesas inesquecíveis e muito amor pelo Botafogo.”
O presidente do Botafogo Social, João Paulo de Magalhães Lins, anunciou que o salão nobre de General Severiano foi disponibilizado para o velório do eterno camisa 1. “Faremos todas as homenagens a esse gigante de nossa história, que seguirá eternamente vivo em nossos corações.”
O futebol está de luto, mas a memória de Manga seguirá viva nos gramados, nos corações dos torcedores e nas histórias contadas de geração em geração. Um goleiro como poucos, um ídolo como raros.
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