Mato Grosso do Sul, 10 de maio de 2025
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Quadrilha do Golpe Milionário: Eletricista é preso por participar de esquema que roubou dinheiro de Prefeituras

Operação da Polícia Civil do Paraná desmantela grupo que desviou R$ 3 milhões de recursos públicos; eletricista de Campo Grande está entre os presos
Policiais civis do Paraná durante cumprimento das ordens judiciais (Foto: Divulgação | PCPR)
Policiais civis do Paraná durante cumprimento das ordens judiciais (Foto: Divulgação | PCPR)

A tranquilidade do Bairro Taveirópolis, em Campo Grande, foi quebrada logo cedo nesta terça-feira. Um morador conhecido como eletricista de confiança na região acabou preso, acusado de algo muito mais grave do que mexer com fiação. Natanael Silva, de 54 anos, foi detido pela Polícia Civil do Paraná, com apoio da equipe da Garras, por envolvimento em um esquema criminoso que desviou cerca de R$ 3 milhões de verbas públicas de prefeituras do interior do Paraná.

Segundo a investigação, o grupo criminoso é especializado em estelionato e atuava de forma organizada, usando artimanhas para enganar servidores públicos e acessar contas bancárias ligadas a prefeituras. O golpe era complexo: os criminosos se passavam por funcionários de bancos ou empresas conveniadas a instituições financeiras. Com habilidade, convenciam os responsáveis pelos setores financeiros das prefeituras a fornecer dados sigilosos sob a desculpa de atualização cadastral.

Com essas informações em mãos, a quadrilha conseguia acessar as contas bancárias das prefeituras e realizava transferências fraudulentas para diversas contas jurídicas espalhadas pelo país. Uma vez efetuadas, essas transações eram rapidamente pulverizadas para dificultar o rastreio do dinheiro.

A operação foi ampla e envolveu a execução de 36 mandados de busca e apreensão e 29 prisões em diferentes estados, incluindo São Paulo, Ceará, Rio Grande do Norte, Goiás, Piauí, Santa Catarina, Pará, Distrito Federal, além do próprio Paraná e de Mato Grosso do Sul. A investigação começou em 2023 e já apontou desvios em pelo menos cinco municípios paranaenses: Doutor Camargo, Iporã, São Manoel do Paraná, Roncador e Paranapoema.

Segundo o delegado Gustavo Mendes Marques de Brito, os criminosos eram frios e calculistas. Ele afirmou que o grupo explorava comportamentos e rotinas das vítimas para ganhar confiança. “Eles usavam informações comportamentais das pessoas envolvidas na administração das contas públicas para criar um clima de confiança. A partir disso, conseguiam obter os dados bancários necessários para o golpe”, explicou o delegado.

Os investigadores já identificaram ao menos 38 beneficiários diretos das transferências ilegais. A maioria está localizada nos estados de São Paulo e Ceará. Ainda há a suspeita de que outros servidores públicos e possíveis cúmplices internos estejam envolvidos, facilitando o acesso às informações sigilosas dos sistemas bancários das prefeituras.

No caso específico de Natanael Silva, os investigadores apontam que ele teria emprestado contas bancárias e atuado como “laranja” no esquema, recebendo parte do dinheiro e ajudando na movimentação dos valores de forma a despistar os órgãos de controle.

O grupo é investigado por associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. As autoridades seguem apurando o envolvimento de outros suspeitos e não descartam novas prisões nos próximos dias.

Para a polícia, o caso é mais um exemplo de como o crime se modernizou e passou a usar métodos cada vez mais sofisticados, apostando em fraudes digitais e engenharia social para driblar os sistemas de segurança e se infiltrar na administração pública.

Enquanto a investigação avança, moradores de Taveirópolis seguem surpresos com a prisão do vizinho. “Nunca imaginei que ele estava envolvido com esse tipo de coisa. Era um homem simples, vivia fazendo bicos como eletricista. A gente só vê isso na TV”, comentou um morador da região, ainda incrédulo.

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