A tensão entre as duas maiores economias do mundo subiu mais um degrau nesta terça-feira. A China decidiu oficializar sua insatisfação com o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos e levou o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). O motivo da discórdia? As tarifas retaliatórias que o governo chinês aplicou sobre produtos americanos, que agora resultaram em uma nova rodada de retaliações por parte do presidente Donald Trump.
De acordo com a OMC, a China abriu uma solicitação de consulta, o que marca o início formal de uma disputa internacional dentro da instituição. O governo chinês argumenta que as tarifas impostas pelos Estados Unidos vão contra vários compromissos assumidos por Washington nos acordos internacionais de comércio. Entre os tratados citados estão o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) de 1994, o Acordo sobre Valoração Aduaneira e o Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias.
Pequim não mediu palavras ao definir as ações dos EUA como “discriminatórias e protecionistas”, dizendo que tais medidas ameaçam diretamente o sistema multilateral de comércio baseado em regras.
O estopim da disputa foi o prazo dado por Donald Trump para que a China retirasse as tarifas de 34% impostas contra produtos norte-americanos. Esse prazo se encerrou nesta tarde sem qualquer recuo de Pequim, o que levou os EUA a aumentar em 50% os tributos sobre produtos chineses. A partir de amanhã, a taxação sobre importações do país asiático pode ultrapassar os 104%.
Enquanto isso, os chineses planejam revidar com força. Informações divulgadas por canais próximos ao governo, como a conta Niutanqin, ligada à agência estatal Xinhua, revelam que seis grandes contramedidas estão em avaliação:
- Proibição total ou parcial de filmes americanos na China
- Aumento de tarifas sobre produtos agrícolas como soja e sorgo
- Proibição da importação de aves dos Estados Unidos
- Suspensão da cooperação com os EUA no combate ao fentanil
- Restrições no setor de serviços
- Investigação sobre os direitos de propriedade intelectual de empresas norte-americanas que atuam em solo chinês
Essas informações foram reforçadas por duas figuras conhecidas nas redes chinesas: Liu Hong, editor sênior da Xinhuanet, e o influente comentarista político conhecido como “Presidente Rabbit”, pseudônimo de Ren Yi, neto de um importante ex-líder do Partido Comunista Chinês.
Uma possível proibição de filmes dos Estados Unidos chamou a atenção de todo o mundo. Isso porque o mercado cinematográfico chinês já rivaliza em tamanho e faturamento com o de Hollywood. Em 2025, um filme chinês, ‘Ne Zha 2’, ultrapassou a marca de US$ 2 bilhões em bilheteria, sendo praticamente todo esse valor arrecadado dentro da própria China.
Apesar do burburinho nas redes, o governo chinês manteve postura mais contida em suas declarações oficiais. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que “não costumamos comentar boatos de internet”, mas deixou claro que o país está pronto para defender seus interesses com firmeza.
Enquanto isso, a disputa comercial vai tomando proporções cada vez maiores e ameaça atingir setores além dos econômicos, afetando diretamente o entretenimento, a segurança e até a diplomacia internacional.
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