Mato Grosso do Sul, 19 de abril de 2025
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Jovem foge de cárcere com filho nos braços e busca ajuda em posto de saúde

Após dias de agressões, ameaças e destruição dentro de casa, mulher aproveita descuido do agressor para escapar e buscar ajuda em UBS de Dourados

Uma manhã marcada pelo desespero e pela coragem virou o ponto final de um ciclo de violência que se arrastava na vida de uma jovem de 22 anos, moradora da Aldeia Jaguapiru, em Dourados. Junto do filho pequeno, ela conseguiu fugir do cárcere onde era mantida pelo próprio companheiro e correu até uma Unidade Básica de Saúde para pedir socorro. O caso aconteceu na quinta-feira, 10 de abril, e escancarou mais uma triste realidade de violência doméstica e familiar.

Segundo o boletim de ocorrência, a jovem era constantemente agredida e ameaçada pelo homem de 24 anos com quem vivia. O estopim foi na quarta-feira, quando o agressor, tomado por ciúmes, iniciou uma discussão que logo se transformou em uma sequência brutal de agressões físicas. A vítima contou à polícia que foi derrubada no chão, teve a cabeça pisoteada com uma bota de trabalho, recebeu socos e teve os cabelos puxados com violência.

Como forma de impedir qualquer pedido de ajuda, o agressor tomou o celular da mulher, quebrou o aparelho e jogou dentro de uma fossa no quintal. Ao tentar recuperar o telefone, ela acabou se ferindo com os estilhaços da película do aparelho, sofrendo cortes nas mãos. As marcas da violência ficaram visíveis no dedo anelar da mão esquerda e no pulso direito.

O terror continuou durante a noite. Trancada dentro da casa com o filho, a mulher ainda viu seus objetos pessoais sendo destruídos. Entre os itens quebrados estavam três ursinhos de pelúcia, um espelho e um aparelho de som. Todos foram rasgados ou danificados com uma faca de cozinha, utilizada pelo agressor para intimidá-la psicologicamente.

Por volta das 5h da manhã de quinta-feira, a jovem conseguiu sair com o filho para levá-lo a uma consulta médica. No caminho, perto de uma igreja, o agressor a encontrou, a abordou e a obrigou a subir na moto com a criança. De volta à residência, ele a proibiu de sair novamente, mas não a trancou. Foi nesse momento que ela viu uma chance de escapar.

Assim que percebeu que o homem havia deixado o local, a jovem pegou o filho nos braços e correu até a UBS mais próxima. Lá, foi atendida por seu próprio tio, que atua como farmacêutico na unidade, além de uma assistente social e um psicólogo. Eles garantiram o acolhimento e a segurança da vítima e da criança, até que uma equipe da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) os conduziu para o registro da ocorrência.

A jovem pediu uma medida protetiva de urgência e foi orientada a evitar qualquer tipo de contato com o agressor. Ela foi informada sobre os canais de emergência, como os telefones 190 da Polícia Militar e 199 da Guarda Municipal, que devem ser acionados imediatamente em caso de nova ameaça.

O caso foi registrado como sequestro, cárcere privado, ameaça e lesão corporal. Até o momento, não há confirmação se o agressor foi preso. A polícia segue investigando o paradeiro do suspeito.

Enquanto isso, a vítima tenta recomeçar, amparada pela família e pela rede de proteção da cidade, com a esperança de reconstruir sua vida longe do medo.

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