Mato Grosso do Sul, 19 de abril de 2025
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Escalada da tensão entre Estados Unidos e China afeta mercados e agrava crise comercial

Restrição dos chips da Nvidia agrava guerra comercial, derruba bilhões em negócios e levanta medo de tarifas gigantes em setores vitais

O mercado financeiro amanheceu nesta quarta-feira com os nervos à flor da pele. O dólar começou o dia oscilando e a Bolsa em queda, tudo por causa de uma nova rodada de tensão entre as duas maiores potências do mundo. A treta da vez veio do governo dos Estados Unidos, que decidiu impor mais uma restrição pesada à China. O alvo agora são os chips da Nvidia, uma das maiores fabricantes de tecnologia do planeta.

Às 12h29, o dólar caía 0,47%, sendo vendido a R$ 5,861, enquanto o Ibovespa registrava queda de 0,39%, chegando aos 128.737 pontos. O motivo da apreensão? O chip H20 da Nvidia, uma das peças mais populares da empresa, agora só poderá ser vendido para a China com uma licença especial dos Estados Unidos, e por tempo indeterminado.

A justificativa? A desconfiança de que esses chips possam ser usados em supercomputadores chineses voltados para fins militares. Segundo documentos da própria Nvidia, essa medida pode gerar um rombo de US$ 5,5 bilhões no caixa da empresa, o equivalente a mais de R$ 33 bilhões. Para tentar se adaptar às leis americanas, a Nvidia havia criado justamente o H20, um chip menos potente, mas ainda funcional para softwares de inteligência artificial. Agora, nem isso parece ser suficiente.

Desde 2022, o governo americano já vinha apertando o cerco contra a venda de chips avançados para os chineses, sempre com o argumento de evitar vantagens tecnológicas que possam impactar a segurança nacional. A China, por sua vez, não ficou parada e começou a investir pesado no desenvolvimento próprio de inteligência artificial e semicondutores.

Mas o buraco é mais embaixo. Além da restrição ao chip, o governo dos Estados Unidos, ainda sob influência de Donald Trump, abriu investigações sobre a segurança nacional envolvendo a importação de chips, equipamentos eletrônicos e até remédios. A preocupação é que tudo isso, em algum momento, seja taxado com tarifas gigantes. Celulares, computadores e até medicamentos estão na mira.

Enquanto isso, a China respondeu à altura. Na semana passada, Pequim teria suspendido a compra de aviões da Boeing, numa clara resposta às medidas de Washington. Mesmo sem confirmação oficial do governo chinês, o gesto foi visto como mais um passo no cabo de guerra comercial que parece longe de acabar.

Segundo Leonel Mattos, analista de mercado da StoneX, o cenário preocupa o mundo inteiro. “Essa medida traz a preocupação de que os dois países realmente irão entrar em uma rota de colisão com resultados bastante prejudiciais para eles e para o resto do mundo”, afirmou.

Desde o início de abril, quando Donald Trump anunciou um tarifaço, a guerra comercial só esquentou. Os Estados Unidos subiram os impostos sobre produtos chineses para até 145%, somando tarifas novas com outras já aplicadas desde o ano passado. A China não deixou barato e respondeu com impostos que chegaram a 125%. Em alguns setores, os encargos podem passar de 245%.

A Casa Branca, por enquanto, diz que está aberta a negociações. Segundo a secretária de imprensa Karoline Leavitt, Trump está disposto a sentar à mesa, mas deixa claro que é a China quem deve fazer o primeiro movimento. “A bola está com a China. O presidente deixou claro que está aberto a um acordo, mas nós não precisamos fazer um. Eles é que precisam”, disparou.

Enquanto isso, o mundo inteiro assiste de camarote a mais um capítulo dessa briga de gigantes que pode mudar os rumos da economia global. E quem paga a conta, como sempre, são os mercados e os consumidores.

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