O mercado do boi gordo fechou a semana com sinal de queda em várias regiões do país, como São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Depois de um início de semana com alta forte nos preços pagos aos pecuaristas, as indústrias mudaram de estratégia e passaram a pressionar os valores para baixo. A movimentação foi vista como tentativa de equilibrar as escalas de abate com os estoques e a previsão de vendas para o feriadão.
Segundo o analista Fernando Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, o movimento começou na última terça-feira, quando as indústrias pagaram mais para garantir o gado que faltava nos frigoríficos. Com as escalas abastecidas até a próxima semana, a quinta-feira foi marcada por poucas negociações e preços mais contidos.
Apesar disso, Iglesias destaca que o consumo de carne bovina durante o feriado prolongado pode mudar o rumo do mercado nos próximos dias. A expectativa é de que a demanda nos supermercados e açougues aumente, puxando novamente os preços para cima e gerando reflexo direto nas cotações da arroba.
Os preços médios da arroba do boi gordo nesta quinta-feira foram:
São Paulo: R$ 330,25 (queda em relação aos R$ 331,83 do dia anterior)
Goiás: R$ 326,25 (alta frente aos R$ 320,36 anteriores)
Minas Gerais: R$ 325,29 (leve alta sobre os R$ 324,41 anteriores)
Mato Grosso do Sul: R$ 319,32 (queda em relação aos R$ 319,77)
Mato Grosso: R$ 329,26 (ligeira queda frente aos R$ 329,73 da quarta)
No mercado atacadista, a história foi diferente. Os preços da carne bovina apresentaram alta ao longo da quinta-feira. O quarto dianteiro se manteve em R$ 20,00 por quilo, o traseiro permaneceu a R$ 26,00, e a ponta de agulha teve leve valorização, chegando a R$ 18,50 por quilo, com aumento de R$ 0,50.
A movimentação positiva no atacado é vista como reflexo da proximidade do feriadão, que costuma aquecer o consumo nas residências e nos estabelecimentos comerciais. O cenário é favorável também por causa das exportações, que seguem em alta, mantendo o mercado brasileiro com boa saída da proteína para fora do país.
Para o consumidor, a tendência é que o preço da carne nas prateleiras fique estável ou suba levemente nos próximos dias. Mesmo com a tentativa de pressão nas negociações com os pecuaristas, o bom desempenho das exportações e a expectativa de aumento no consumo interno fazem os varejistas se precaverem e repassarem parte dos custos. Isso pode deixar a carne um pouco mais cara no prato do brasileiro a partir da próxima semana, especialmente cortes mais nobres como alcatra, picanha e filé mignon. Já os cortes do dianteiro, como acém, músculo e costela, podem continuar com valores mais acessíveis, dependendo da região.
Enquanto isso, no câmbio, o dólar comercial teve queda de 1,01%, fechando o dia a R$ 5,8069 para venda e R$ 5,8049 para compra. Durante o dia, a moeda americana oscilou entre R$ 5,7964 e R$ 5,8884. Na semana, acumulou uma desvalorização de 1,06%. Essa queda no dólar também influencia os preços da carne para exportação, podendo favorecer as vendas externas e impactar a oferta no mercado interno.
O consumidor que pretende aproveitar o feriadão para fazer aquele churrasco deve ficar atento às promoções, porque os preços podem variar bastante nos próximos dias. E para quem trabalha no setor, é hora de observar de perto os movimentos da indústria e do varejo, pois o cenário ainda pode mudar rapidamente.
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