A madrugada de sexta-feira, 18 de abril, foi marcada por uma tragédia que poderia ter sido evitada. Três agentes da Polícia Rodoviária Federal perderam a vida enquanto cumpriam o dever. Estavam em uma viatura, durante um acompanhamento tático no Rio de Janeiro, quando tudo terminou em desastre. O que era para ser mais uma missão de rotina virou notícia de luto nacional.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, divulgou nota expressando profundo pesar. Se solidarizou com as famílias e exaltou a bravura dos agentes. Falou da importância da PRF, da missão de proteger a sociedade e do compromisso do governo federal com os profissionais da segurança pública. Mas, fora das palavras de apoio, o que sobra mesmo é indignação.
A Polícia Rodoviária Federal decretou luto oficial de três dias. As vítimas foram Carlos Eduardo Mariath Macedo, de 41 anos, Rodrigo Pizetta Fraga, de 47, e Diego Abreu de Figueiredo, também de 47. Todos estavam em serviço. Todos deixaram família. Carlos era pai de dois filhos. Rodrigo, pai de uma filha. Diego, pai de um menino. Três pais. Três maridos. Três vidas ceifadas em plena atividade.
O discurso oficial fala em coragem e dedicação. Mas quem vive a realidade nas estradas sabe que o buraco é mais embaixo. Falta estrutura, falta apoio psicológico, falta viatura nova, falta colete, falta reconhecimento. O que sobra é carga horária estourada, plantão em área de risco e salário que não paga o que esses homens enfrentam.
Em vez de discutir as causas do acidente, muitos preferiram se calar. Mas nos bastidores, o comentário é um só: não dá mais para fingir que está tudo bem. Os próprios colegas de farda lamentam que a rotina da PRF seja marcada pelo improviso. Viaturas rodando até o último suspiro, falta de efetivo, sobrecarga de trabalho. Os agentes são obrigados a se desdobrar entre funções operacionais, administrativas e burocráticas.
Enquanto os holofotes focam na tragédia, ninguém responde por uma estrutura que não acompanha a responsabilidade dada à PRF. São esses policiais que enfrentam criminosos armados, fazem barreiras, fiscalizam rodovias federais e, mesmo assim, não têm o mínimo de segurança para trabalhar.
A Polícia Federal também soltou nota, lamentando a morte dos colegas e prestando solidariedade. Mas a grande pergunta continua no ar: até quando vamos enterrar policiais sem cobrar mudanças reais? Até quando o Brasil vai aceitar perder homens de honra em serviço como se fosse algo normal?
A dor das famílias não vai passar. A ausência dos pais, maridos e filhos será eterna. Mas a sociedade precisa transformar luto em luta. Luta por melhores condições de trabalho, por valorização dos profissionais e por uma política de segurança pública que realmente proteja quem está na linha de frente.
Que a morte de Carlos, Rodrigo e Diego não seja apenas mais uma estatística. Que ela sirva como ponto de virada para repensarmos o que significa, de verdade, proteger quem nos protege.
#tragedia #prf #segurancapublica #lutonacional #acidentefatal #policialemservico #governofederal #justicaporvidas #valorizacaodaprofissional #abandonodaseguranca #policiaemluto #heroisnasestradas