Mato Grosso do Sul, 19 de abril de 2025
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Putin anuncia trégua de Páscoa na guerra da Ucrânia, mas clima de desconfiança permanece no ar

Rússia ordena cessar-fogo temporário em meio ao feriado religioso e espera reciprocidade da Ucrânia; conflito sangrento já dura mais de três anos e segue sem previsão de fim
Imagem -  Alexander Zemlianichenko / AP
Imagem - Alexander Zemlianichenko / AP

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste sábado, 19 de abril, um cessar-fogo temporário durante o feriado da Páscoa Ortodoxa, que é celebrado neste domingo pelos cristãos do leste europeu. A trégua, segundo o Kremlin, teve início às 18h do sábado (horário local) e seguirá até meia-noite de segunda-feira, 21 de abril.

Segundo o pronunciamento oficial, a decisão foi tomada por “considerações humanitárias” e com o objetivo de garantir que fiéis ortodoxos na Ucrânia possam celebrar a Páscoa com segurança. Durante uma reunião com seu alto comando militar, Putin ordenou a suspensão de todas as operações ofensivas, mas determinou que o exército russo se mantenha em alerta para responder a qualquer provocação.

“Presumimos que a Ucrânia seguirá nosso exemplo. Ao mesmo tempo, nossas tropas devem estar preparadas para repelir possíveis violações da trégua e quaisquer ações agressivas do inimigo”, afirmou o presidente russo.

O anúncio foi recebido com ceticismo por parte da comunidade internacional, já que outros cessar-fogos temporários anunciados anteriormente foram rompidos poucas horas depois por ataques de ambos os lados. Até o momento, a Ucrânia não se pronunciou oficialmente sobre a proposta de trégua.

Desde fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma invasão em larga escala sobre a Ucrânia, o conflito já provocou dezenas de milhares de mortes, a destruição de cidades inteiras, a separação de famílias e uma crise humanitária de grandes proporções. A guerra, que começou com a justificativa russa de proteger regiões separatistas no leste ucraniano, rapidamente se transformou em uma batalha sangrenta por território, poder geopolítico e influência no leste europeu.

Atualmente, a Rússia mantém controle sobre cerca de 20% do território ucraniano, incluindo as regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e parte de Zaporizhzhia. As ofensivas seguem especialmente intensas no leste e sul do país, com bombardeios regulares em cidades e vilarejos.

Recentemente, um dos ataques mais mortais registrados neste ano matou 34 pessoas e feriu outras 117 na cidade de Sumy, no norte da Ucrânia, após dois mísseis russos atingirem uma área residencial. A Ucrânia acusou Moscou de crimes de guerra e compartilha provas com o Tribunal Penal Internacional, que investiga possíveis violações de direitos humanos cometidas durante o conflito.

Apesar dos constantes pedidos do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky por mais ajuda internacional, o cenário diplomático segue complicado. Zelensky pediu que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visitasse o país, e demonstrou preocupação com a continuidade do apoio militar americano a longo prazo. A última reunião entre Zelensky e Trump foi marcada por troca de críticas e tensão diante das câmeras.

De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, todos os comandantes de campo já receberam instruções para respeitar o cessar-fogo de Páscoa, embora o termo “operação militar especial” continue sendo utilizado no lugar da palavra “guerra” por autoridades russas, em uma tentativa de suavizar a percepção do conflito para o público interno.

Enquanto isso, a população segue sofrendo com o impacto direto da guerra: hospitais destruídos, escolas desativadas, vilas abandonadas, campos minados e milhares de ucranianos refugiados em países vizinhos. A reconstrução do país ainda parece distante, e a esperança de um acordo definitivo continua sendo adiada por disputas políticas e interesses estratégicos de potências mundiais como Estados Unidos, China, Reino Unido e União Europeia.

A trégua de Páscoa, embora simbólica, não parece suficiente para acalmar os ânimos. A dúvida que paira é se o cessar-fogo será respeitado ou se acabará sendo apenas mais uma promessa vazia em meio à longa e dolorosa guerra que já entra no seu terceiro ano e sem previsão de desfecho.

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