Mato Grosso do Sul, 29 de abril de 2025
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STF julga nesta terça-feira se mais seis viram réus por tentativa de golpe em 2022

Nova fase do processo aponta envolvidos no núcleo operacional que teria atuado para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições
Imagem - STF/Divulgação
Imagem - STF/Divulgação

Na manhã desta terça-feira, 23 de abril, o Supremo Tribunal Federal voltou ao centro dos holofotes do país ao dar continuidade ao julgamento de mais uma parte da denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado supostamente articulada em 2022, que ficou marcada como uma das maiores ameaças à democracia brasileira nos últimos tempos.

O foco agora está sobre o chamado “núcleo 2” da investigação, composto por seis pessoas ligadas direta ou indiretamente ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa esse grupo de atuar em frentes estratégicas para tentar manter Bolsonaro no poder de forma ilegítima após as eleições. O julgamento é conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

Mais que julgamento, um alerta ao país

O processo que começou nesta manhã foi aberto pelo presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin, seguido pela leitura de um relatório feita por Alexandre de Moraes. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou a sustentação oral, reforçando a gravidade dos atos atribuídos aos envolvidos.

Segundo o Ministério Público Federal, o “núcleo 2” não foi apenas conivente, mas teria sido ativo na organização logística e operacional das ações que buscavam sabotar o resultado das eleições de 2022. Dentre os crimes citados pela acusação estão tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, além de dano ao patrimônio público e histórico.

Quem são os acusados e o que pesa contra eles

A lista dos seis nomes que agora podem se tornar réus inclui figuras conhecidas da segurança pública e da assessoria presidencial:

  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF, acusado de omissões e interferência no segundo turno das eleições;
  • Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, ligado à articulação política do grupo;
  • Marília Ferreira de Alencar, delegada da PF, que atuava na área de inteligência do Ministério da Justiça;
  • Fernando de Sousa Oliveira, também delegado da PF, que teve papel na coordenação das forças de segurança do DF;
  • Mario Fernandes, ex-secretário da Secretaria-Geral da Presidência, acusado de facilitar acessos estratégicos para os envolvidos;
  • Filipe Martins, ex-assessor internacional de Bolsonaro, citado por interações com militares e articulações no exterior.

O que está em jogo no julgamento

A decisão que os cinco ministros da Primeira Turma devem tomar é se há material suficiente para transformar os denunciados em réus, o que abriria caminho para um processo criminal formal, com apresentação de provas e possível condenação.

O julgamento é dividido em três sessões: uma pela manhã, outra à tarde e, se necessário, uma terceira na manhã de quarta-feira, 24 de abril. A estratégia do STF de fragmentar os julgamentos em núcleos permite maior aprofundamento nos fatos e nas provas específicas de cada grupo, sem perder o panorama geral do que foi, segundo a acusação, uma tentativa orquestrada de ruptura institucional.

Um histórico que pesa no plenário

Essa nova fase do julgamento acontece poucas semanas após a mesma Primeira Turma aceitar por unanimidade a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados, entre ex-ministros e membros das Forças Armadas, todos citados por participação direta ou indireta no suposto plano golpista.

O momento é visto como decisivo para consolidar a autoridade do Judiciário diante das ameaças que pairaram sobre a estabilidade política do país em 2022. Além disso, o processo serve como resposta institucional às movimentações antidemocráticas que ganharam força principalmente no período pós-eleições, culminando nos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023.

Repercussão política e expectativa pública

Enquanto o julgamento avança, a tensão também cresce nos bastidores da política. Parlamentares, juristas e analistas acompanham de perto as sessões. A expectativa é que o julgamento reforce a linha dura do STF contra qualquer movimento que atente contra a Constituição e o resultado das urnas.

Com o Brasil ainda se recuperando dos impactos institucionais dos últimos anos, decisões como essa se tornam marcos importantes na reconstrução da confiança democrática e na responsabilização de quem tentou manchar esse processo.

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