O ex-deputado norte-americano George Santos, conhecido por seu histórico de mentiras e fraudes, será sentenciado hoje a no mínimo dois anos de prisão. A decisão caberá à juíza Joanna Seybert, que determinará se ele começará a cumprir pena imediatamente ou poderá se apresentar em uma data futura.
Fraudes e mentiras
Santos, filho de pais brasileiros, teve uma ascensão meteórica na política dos Estados Unidos. Foi eleito deputado em 2022 pelo estado de Nova York, mas logo se tornou alvo de investigações sobre falsificações e golpes financeiros. Ele chegou a admitir a culpa por furto de identidade e fraude eletrônica, o que levou sua própria defesa a sugerir uma pena mínima de 24 meses de prisão. No entanto, a promotoria solicitou uma sentença de 87 meses para evitar que ele voltasse a cometer crimes.
Durante sua campanha, Santos ficou conhecido por espalhar uma série de mentiras sobre sua vida pessoal e profissional. Ele afirmou ter ascendência judaica e que seus avós fugiram do Holocausto, o que foi desmentido por investigações da mídia. Além disso, disse que sua mãe sobreviveu ao atentado de 11 de setembro, quando na realidade ela nunca trabalhou no setor financeiro e atuava como empregada doméstica.
No Brasil, Santos também enfrentou problemas com a Justiça. Quando jovem, ele viveu em Niterói (RJ), onde foi acusado de falsificar cheques, um caso ainda em aberto.
Golpes financeiros e gastos pessoais
Santos também foi acusado de desviar recursos de campanha. Ele arrecadou US$ 50 mil por meio de um comitê de ação política chamado Redstone Strategies, mas utilizou o dinheiro para gastos pessoais, como procedimentos estéticos (botox) e viagens para Las Vegas.
Além disso, ele enganou um amigo, Peter Hamilton, ao pegar um empréstimo para um imóvel e desaparecer sem pagar a dívida. “Não acredito em uma palavra que saia da boca dele”, disse Hamilton ao New York Times.
Como consequência das investigações, Santos foi cassado pelo próprio Congresso norte-americano. Além da pena de prisão, ele terá que devolver US$ 373 mil às suas vítimas.
Laços com Bolsonaro e apoio da direita brasileira
Mesmo após ser preso em maio de 2023 e pagar uma fiança de US$ 500 mil, Santos tentou se manter relevante nas redes sociais e se declarou seguidor de Donald Trump que, se reeleito, poderia perdoá-lo.
Pouco antes de sua cassação, ele recebeu em Washington uma comitiva de parlamentares brasileiros liderados por Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Também participaram da reunião os senadores Magno Malta e Jorge Seif, além dos deputados Altineu Côrtes, Delegado Ramagem, Júlia Zanatta, Capitão Alberto Neto e Gustavo Gayer, todos do PL.
Eduardo Bolsonaro justificou a visita afirmando que queriam discutir “censura, liberdade de expressão e imunidade parlamentar” no Brasil.
George Santos se tornou um símbolo de fraude e enganação na política norte-americana. Sua trajetória, marcada por mentiras e golpes financeiros, acabou levando à sua condenação. Agora, resta saber se ele conseguirá, de alguma forma, voltar à cena pública após cumprir sua pena.
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